Com postura cética, Rússia diz que espera ouvir dos EUA plano de cessar-fogo
Ucrânia aceitou proposta americana de trégua 'imediata' de 30 dias, mas Kremlin ainda deve discutir termos e exigências

O Kremlin disse nesta quarta-feira, 12, que precisava ser informado pelos Estados Unidos sobre o resultado das suas negociações com a Ucrânia na Arábia Saudita antes de comentar sobre um cessar-fogo proposto pelos americanos.
Após mais de oito horas de negociações com autoridades ucranianas em Jeddah na terça-feira, o Secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, disse que, em seguida ao aceite de Kiev, levaria a oferta de uma trégua “imediata” de 30 dias para a Rússia. “A bola está na quadra deles”, afirmou.
Na declaração conjunta após a reunião em Jeddah, Kiev e Washington “tomaram medidas importantes para restaurar uma paz duradoura para a Ucrânia”, disse o documento, e ambas as delegações concordaram em imediatamente “iniciar negociações para uma paz duradoura que garanta a segurança de longo prazo da Ucrânia”.
Washington também concordou em retomar a ajuda militar e o compartilhamento de inteligência com a Ucrânia, depois de uma suspensão ordenada pelo presidente Donald Trump, que também abriu negociações bilaterais com Moscou e excluiu Kiev.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse a repórteres que a Rússia está esperando um briefing dos americanos. Ele não descartou a possibilidade de um telefonema entre o presidente russo, Vladimir Putin, e Donald Trump, que disse que poderia ser organizado muito rapidamente se necessário.
Anteriormente, uma fonte russa disse à agência de notícias Reuters que, antes da Rússia aceitar a trégua, precisaria discutir os termos e obter algum tipo de garantia.
“É difícil para Putin concordar com isso em sua forma atual”, disse a fonte, que falou sob condição de anonimato à Reuters. “Putin tem uma posição forte porque a Rússia está avançando (no campo de batalha).”
Moscou controla cerca de 20% do território da Ucrânia, ou 113.000 km², e suas forças vêm avançando há meses. As tropas ucranianas invadiram uma fatia do oeste da Rússia em agosto, mas seu domínio está enfraquecendo.