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Começa primária democrata para eleger rival de Trump em novembro

O senador por Vermont Bernie Sanders lidera nas pesquisas no estado de Iowa. Atrás dele está o ex-vice-presidente Joe Biden

Por Da Redação
3 fev 2020, 10h56

Após vários meses de campanha, sete debates transmitidos pela televisão e muitas desistências, os democratas dão a largada nesta segunda-feira, 3, em Iowa, em uma eleição primária carregada de suspense para eleger o rival de Donald Trump na disputa presidencial de novembro nos Estados Unidos.

Dos 11 candidatos ainda na corrida, quatro brigam efetivamente pelo primeiro lugar nas últimas pesquisas, neste estado do meio-oeste dos Estados Unidos.

O senador por Vermont Bernie Sanders, que se define como socialista, tem vantagem. Atrás dele, estão o ex-vice-presidente Joe Biden; o jovem ex-prefeito da cidade de South Bend, Indiana, Pete Buttigieg; e a senadora por Massachusetts Elizabeth Warren. A senadora por Minesota Amy Klobuchar apenas recentemente deu um salto nas pesquisas.

O ex-prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, não participará das primárias democratas em Iowa, New Hampshire, Nevada e Carolina do Sul. O bilionário decidiu focar sua campanha na Super Tuesday, que reunirá votações em pelo menos 16 estados e neste ano acontece em 3 de março.

A votação desta segunda-feira à noite não será com cédulas, mas nas assembleias de eleitores conhecidas como “caucus”, que começam às 19h locais (22h em Brasília) em cerca de 1.700 instalações distribuídas em Iowa.

Não serão realizados apenas caucus democratas, mas também republicanos. As primárias dos dois partidos acontecem separadamente. A vitória de Trump na votação de seu partido, contudo, já é esperada.

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O caucus funciona como uma assembleia popular. Os eleitores registrados para votar por cada um dos partidos se reúnem em escolas, igrejas ou centros comunitários e cada centro de voto deve escolher um único candidato. No caucus democrata, o voto normalmente funciona por meio de uma distribuição espacial: os eleitores que desejam votar em Bernie Sanders, por exemplo, devem se agrupar em um canto da sala, enquanto os que preferem Joe Biden se reúnem do lado oposto.

Candidatos que reúnem menos de 15% dos votos são automaticamente desclassificados e seus eleitores ficam livres para escolherem outra opção e se reorganizarem em outra parte da sala. Ao todo, são  1.679 pontos de voto democrata em Iowa. Os resultados de todo o estado só devem ser anunciados oficialmente na terça-feira, 4.

Há meses, tanto os candidatos quanto os eleitores convocam, sobretudo, que se escolha a melhor opção para derrotar Trump nas urnas em 3 de novembro. À medida que se acerca a esperada absolvição do republicano, na quarta-feira, no julgamento político em curso no Senado, sua presença se torna cada vez maior em Iowa.

E o presidente não hesita em comentar a corrida de seus potenciais rivais, os quais com frequência ironiza. “Tenho apelidos para cada um deles”, disse Trump à emissora Fox News no domingo. Sanders? “Um comunista”. Biden? “Joe, o dorminhoco”. Em relação a Warren, ela não “sabe dizer a verdade”.

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Trampolim

Iowa é considerado um estado crucial nas primárias por ser o primeiro a organizar a votação. Historicamente, acredita-se que um bom resultado pode estimular um pré-candidato a novas vitórias nos estados que votarão em seguida, começando por New Hampshire, que comparece às urnas oito dias depois. Um fracasso pode representar o fim da disputa.

Em 2020, contudo, não há consenso sobre a questão. Sanders lidera nas pesquisas no estado, mas nas pesquisas que mostram seu desempenho geral em todas as primárias aparece em segundo lugar, atrás de Joe Biden.

“Tudo começa em Iowa”, lançou Sanders, de 78 anos, a seus partidários, reunidos em grande número no sábado à noite na cidade de Cedar Rapids.

Há quatro anos, o veterano senador por Vermont perdeu em Iowa para Hillary Clinton e, desta vez, espera que este estado rural e pouco povoado lhe sirva de trampolim. Para isso, apoia-se nas minorias e nos jovens, “a geração mais progressista da história deste país”, proclama.

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“Saiam e batam às portas” para motivar os eleitores, convoca Sanders, insistindo que esta mobilização será chave para abrir uma vantagm em relação a Biden, de 77 anos. “O mais importante é derrotar Donald Trump!”, repete a senadora Warren, de 70 anos.

Àqueles que se preocupam com sua juventude, Buttigieg, de 38, cita Kennedy, Clinton e Obama. “Devemos ter o valor de esquecer as políticas do passado”, afirma.

Já Biden propõe estabilidade e experiência para virar a página de Trump no país: “Precisamos de um presidente que esteja pronto desde o primeiro dia”.

“Eu lhes prometo, se me apoiarem, que poremos fim ao odioso e divisivo reinado de Trump”, lançou ele, diante de mais de 1.000 eleitores no domingo à noite em Des Moines, capital de Iowa.

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Convencer os indecisos

O encerramento da campanha no fim de semana aconteceu em campo. Foi no corpo a corpo com o eleitor, com milhares de militantes indo de casa em casa, telefonando, ou espalhando cartazes, em meio a uma calor incomum para o início de fevereiro, mas que não chegou a derreter a neve.

O principal para os pré-candidatos é ter em Iowa um desempenho melhor do que o esperado, já que a surpresa pode dar um impulso na próxima etapa, em uma semana, em New Hampshire.

Mais da metade dos eleitores se mostrava indecisa na semana passada. Os veteranos do partido esperam, porém, uma mobilização superior à de 2008, quando Barack Obama alavancou em Iowa.

Convencer os indecisos: este é o objetivo das últimas horas.

(Com AFP)

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