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Comissão antiabuso do Vaticano demanda regras claras de indenização às vítimas

Relatório de grupo da Igreja Católica para a Proteção de Menores enfatiza que compensação não deve ser apenas financeira

Por Da Redação 29 out 2024, 10h03
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  • A Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores (CCPM), um órgão do Vaticano, divulgou nesta terça-feira, 29, o seu primeiro relatório anual, no qual pediu que a Igreja Católica unifique e deixe mais claras suas políticas de indenização às vítimas de abuso sexual cometido por membros do clero, além de demandar que o processo de punição dos infratores seja agilizado.

    O documento enfatizou “a importância da compensação para vítimas/sobreviventes, como um compromisso concreto com sua jornada de cura”. O grupo prometeu trabalhar “para que procedimentos padronizados e transparentes sejam desenvolvidos de forma mais abrangente”.

    De acordo com a comissão, a compensação não deve ser apenas financeira, mas abranger “um espectro muito mais amplo de ações, como reconhecimento de erros, pedidos públicos de desculpas e outras formas de verdadeira proximidade fraterna com vítimas/sobreviventes e suas comunidades”.

    O relatório de 50 páginas pede mais transparência em relação aos documentos da Igreja que dizem respeito às vítimas, bem como uma definição mais clara dos papeis de cada departamento do Vaticano que lida com o tema de abusos, com o objetivo de tornar mais efetiva a punição dos infratores.

    “Estamos muito preocupados pela dificuldade que as vítimas têm em acessar as informações sobre os seus próprios casos”, disse o cardeal Seán Patrick O’Malley, presidente da Comissão Pontifícia.

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    Para simplificar o processo de demissões dos abusadores e indenização das vítimas, a comissão propôs a criação de “centros de notificação, denúncia e assistência”, além de defender cursos locais de formação sobre proteção de menores e a construção de uma rede, também em nível local, de profissionais especializados no tema.

    Vítimas de abuso

    A CPPM foi criada pelo papa Francisco em 2014, como um passo importante para o enfrentamento de casos de abuso dentro da Igreja. No entanto, desde então o órgão enfrentou críticas de vítimas que sentem que as reformas não foram suficientes para proteger as crianças.

    No mês passado, Francisco foi alvo de fortes críticas sobre os abusos do clero durante uma visita à Bélgica, onde tanto o rei quanto o primeiro-ministro do país exigiram ações mais concretas para os sobreviventes.

    Uma cúpula de bispos do Vaticano finalizou, no último sábado, um texto que pede desculpas diversas vezes pela dor “incalculável e contínua” sofrida pelos católicos que foram abusados ​​pelo clero.

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