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Como a ‘fadiga de Trump’ pode complicar volta do republicano à Casa Branca

Ex-presidente agora encontra cenário político mais traiçoeiro, segundo militantes partidários, membros e estrategistas

Por Da Redação
27 jan 2023, 18h14
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  • Nas eleições presidenciais dos Estados Unidos de 2016, o então candidato  Donald Trump conseguiu derrotar seus rivais republicanos nas primárias de New Hampshire, uma vitória impressionante que concretizou que o apresentador de reality show concorria seriamente. Em seguida, Trump conquistou não só a indicação dos republicanos, mas também a Casa Branca.

    No entanto, seis anos depois e às vésperas de seu primeiro discurso no mesmo estado, que será neste sábado, 28, o ex-presidente encontrou um cenário político mais traiçoeiro, segundo militantes partidários, membros e estrategistas.

    O presidente do Comitê Republicano do Condado de Hillsborough, Chris Maidment, descreveu que o clima entre muitos membros é de “fadiga de Trump”. A maioria dos candidatos que o ex-presidente endossou para disputar nas eleições legislativas em novembro, por exemplo, perdeu para os democratas.

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    Além disso, durante quatro anos que Trump foi presidente, depois de sua vitória em 2016, os republicanos perderam controle de ambas as câmaras do Congresso. Em seguida, ele perdeu as eleições em 2020 para seu oponente democrata, Joe Biden.

    “As pessoas querem um vencedor e as eleições são sobre o futuro. Os republicanos querem alguém que possa vencer e que não seja uma tarefa fácil para a esquerda. Trump representou isso antes, mas não tenho certeza se ele representa isso agora”, disse Neil Levesque, diretor executivo do Instituto de Política de New Hampshire no Saint Anselm College.

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    Em uma entrevista na qual a agência de notícias Reuters conversou com dez funcionários do Partido Republicano em New Hampshire que foram apoiadores de Trump em 2016, apenas três ainda permaneciam leais ao ex-presidente. Entre eles está o presidente do partido no estado, Stephen Stepanek, uma figura republicana influente que vai deixar o cargo neste sábado para ajudar na campanha de Trump.

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    Os outros entrevistados afirmaram estar exaustos com as controvérsias de Trump, entre elas processos de na Justiça, e com o desejo do republicano de não querer largar o osso da derrota em 2020 e não apoiar um novo rosto menos divisivo para 2024. A Reuters entrou em contato com a campanha do ex-presidente, que não respondeu aos pedidos de comentários.

    A irritação pública e demonstrada por seus ex-apoiadores é um fator preocupante para o republicano. A derrota em New Hampshire pode complicar suas chances de ser indicado pelo partido para concorrer às eleições, já que ganhar no local, na maioria das vezes, dá impulso ao candidato quando ele se dirige a outras regiões. 

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    Além disso, a falta de entusiasmo com o ex-presidente e suas perspectivas de vitória em 2024 podem prejudicar Trump, principalmente porque os partidários costumam bater de porta em porta e fazer ligações para arrecadar fundos para a campanha.

    A maioria dos membros do partido de New Hampshire esfriaram as relações com o ex-presidente. Diversos republicanos do estado afirmaram que preferiam que o governador da Flórida, Ron DeSantis, fosse o postulante à Casa Branca, embora ele ainda não tenha confirmado se pretende de fato se candidatar. 

    “Donald Trump agora é uma distração para o Partido Republicano na tentativa de seguir em frente. Donald Trump seguiu seu curso”, disse o membro do Comitê Republicano do Condado de Hillsborough que apoiou Trump nas primárias de 2016, Brian Sullivan. “Prefiro ver outra pessoa, como Ron DeSantis, na corrida”. 

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    Apesar de gostar das políticas feitas pelo ex-presidente, Sullivan acredita que ele não tem “o que é preciso para ganhar a Casa Branca novamente”. Os três republicanos ouvidos pela Reuters que ainda apoiam Trump disseram que sua base eleitoral em New Hampshire continua entusiasmada e que muitos eleitores republicanos gostaram de suas conquistas políticas enquanto estava no cargo, algo que o deu um forte histórico para concorrer, ao contrário de outros candidatos em potencial.

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    “Você vai acreditar em um candidato que diz que vai continuar com as políticas de Trump – ou no homem que é o próprio Trump?”, declarou Stepanek.

    Para alguns apoiadores, DeSantis tem muita da filosofia de Trump, porém “não é tão bombástico” e não ataca as pessoas “24 horas durante 7 dias”.  Porém, não é apenas em New Hampshire que Trump pode encontrar obstáculos. O ex-presidente também perdeu alguns doadores bilionários que ajudaram em sua campanha anterior. Entre eles estão o investidor Robert Mercer e sua filha Rebekah Mercer, que já doou para o comitê político de DeSantis.

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    Em uma pesquisa realizada em Novembro por Levesque com prováveis eleitores das primárias republicanas em New Hampshire, Trump perdia para DeSantis por 38% a 47%. Além disso, 50% dos eleitores do estado têm uma impressão “fortemente desfavorável” do ex-presidente e apenas 22% uma impressão “fortemente favorável”.

    Atualmente, Trump é o único republicano que declarou sua candidatura, embora seja provável que DeSantis, o ex-vice-presidente de Trump, Mike Pence, e a ex-governadora da Carolina do Sul, Nikki Haley, entrem para a disputa.

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