Como as grandes cidades estão mudando (para melhor!)
Pequim, Tóquio, Londres, Berlim, Cingapura, Dubai e Los Angeles estão entre os centros urbanos que enfrentaram grandes desafios para alcançar o futuro
Cada cidade tem um ciclo de desenvolvimento e urbanização próprio relacionado a sua história e suas singularidades. No entanto, atualmente, os centros urbanos se veem obrigados a lidar com questões similares, independente de seu tamanho ou PIB: aumento populacional, poluição, consumo e eficiência energética, inteligência no transporte e habitação, planejamento. Inspirados no quiz “Cidades do Futuro”, da Shell, fizemos uma lista mostrando como cidades do mundo estão olhando para o presente e dando alguns passos essenciais em direção a um futuro melhor.
Tóquio
Tóquio é uma metrópole com crescimento disperso, mais de 36,6 milhões de habitantes e economia desenvolvida. Praticamente devastada na Segunda Guerra, a cidade começou sua reconstrução nos anos seguintes e foi impulsionada pelos Jogos Olímpicos de 1964.
A partir da década de 1990, o Japão firmou-se como uma das maiores economias globais e Tóquio acelerou seu crescimento para tornar-se uma das cidades mais inteligentes do planeta, tecnológica e superconectada, mas sem perder o contato com o passado. Assim como todo o país, a cidade também melhora seu sistema de distribuição de energia para evitar crises e colapsos em casos de terremotos e tsunamis.
Londres
Em 1952, Londres passou pelo que ficou conhecido como O Grande Nevoeiro, uma situação de poluição atmosférica tão grave que obrigou o Parlamento a aprovar uma lei antipoluição.
Mais recentemente, a capital da Inglaterra estabeleceu que as emissões de poluentes serão reduzidas em até 60% até 2025, em relação aos níveis de 1990, e vem debatendo ações com seus moradores, como o aluguel de bicicletas e o pedágio diário na zona central da cidade. Londres pode ser considerada atualmente uma metrópole com crescimento disperso, com alto nível de vida e 8,6 milhões de habitantes.
Berlim
Hoje, uma cidade moderna e de crescimento disperso, com 3,45 milhões de habitantes, Berlim não foi só amplamente bombardeada na Segunda Guerra Mundial como também dividida com o Muro, somente derrubado em 1989. Desde então, a cidade passou por uma transformação urbanística, com a restauração de prédios históricos e a construção de novos bairros e edifícios nas áreas onde passava o Muro.
Em 1997, um acordo estabeleceu que 75% de todos os novos edifícios deveriam incluir em seu projeto estratégias de aproveitamento da luz solar. Além disso, prédios restaurados com políticas de retrofit também devem fazer uso inteligente da energia.
Amsterdã
Hoje com cerca de 1 milhão de habitantes, Amsterdã é conhecida como um dos centros urbanos mais sustentáveis e inteligentes do planeta e uma das cidades onde mais se anda de bicicleta: mais da metade dos moradores usam bikes diariamente e há extensas zonas de 30km/h para melhorar a segurança, além da divisão clara nas ruas dos espaços para cada um (bicicletas, pedestres, carros e tram, veículo sobre trilhos). Mas não foi sempre assim.
No final dos anos 1970, uma série de protestos contra acidentes de carros e atropelamentos deu início à discussão do uso das bicicletas, que ganhou apoio popular e, posteriormente, transformou-se em política pública de mobilidade.
Cingapura
Após sua independência política em 1965, Cingapura iniciou um processo de reinvenção urbana que teve até mesmo auxílio da ONU. Bairros pobres e grande quantidade de favelas, que sofriam com enchentes, secas e doenças urbanas, começaram a dar lugar a áreas urbanas integradas, com infraestrutura e espaços de lazer, em uma evolução planejada para transformar a cidade-Estado de espaço reduzido em um dos centros urbanos mais habitáveis e sustentáveis do planeta. Um diferencial foi o sistema de transporte integrado, que inclui o novo aeroporto, corredores-chave do sistema metroviário e o MRT (Metropolitan Rapid Transit), de vias ferroviárias expressas que já tinham 178 km em 2013 e cujo projeto de expansão aponta 360 km até 2030. Hoje, Cingapura é um exemplo de potência urbana com área reduzida e alto desenvolvimento, com 4,84 milhões de habitantes.
Dubai
Com cerca de 1,5 milhão de habitantes, Dubai é um excelente exemplo de comunidade próspera. Impactada economicamente pela Guerra do Golfo, em 1990, a maior cidade dos Emirados Árabes Unidos ficou conhecida por seu crescimento acelerado movido pela exploração de petróleo e gás natural.
Hoje, é famosa pelos projetos de zonas francas e por sua arquitetura grandiloquente, incluindo o maior prédio do planeta, o Burj Khalifa, que atraem turistas do mundo todo. A cidade sediará a Expo 2020, o que deve acelerar investimentos e atrair ainda mais os olhares do resto do planeta.
Los Angeles
Epicentro do entretenimento norte-americano, Los Angeles tem o glamour das celebridades, um alto PIB e uma média de 3 mil horas de sol e tempo aberto por ano. Mas também tem extensos congestionamentos em razão do destaque aos carros em detrimento ao transporte coletivo ao longo da história. Um dos típicos exemplos de metrópoles com crescimento disperso, é a segunda maior cidade dos EUA, com 12,7 milhões de habitantes. Apesar das numerosas linhas de ônibus, Los Angeles trabalha para melhorar seu metrô e para ampliar a rede de veículos sobre trilhos na superfície. Ainda há inúmeros projetos para reservar e distribuir melhor toda a energia gerada pelos painéis solares.
Nairóbi
Um paraíso para os entusiastas da natureza, a capital do Quênia é o centro econômico e cultural do país e também a maior cidade da África Oriental. Exemplo de megacentro em desenvolvimento, é das poucas cidades no mundo a contar com um grande parque nacional dentro de seu território, com animais da fauna africana em contraste com o horizonte de arranha-céus.
Com cerca de 3,52 milhões de habitantes, Nairóbi tem uma das mais altas taxas de crescimento entre todas as cidades da África e, justamente por isso, tem uma série de questões para enfrentar para melhorar a qualidade de vida de seus moradores, incluindo a constante escassez de água, o trânsito e a falta de planejamento urbano.
Pequim
População grande e crescente, PIB relativamente baixo e altíssima densidade populacional, maior até do que a de Nova York. Megacentro em desenvolvimento, Pequim é uma das cidades mais importantes da China, com crescimento acelerado e pouco planejamento urbano nas últimas décadas. A cidade mistura a arquitetura dos palácios com as mais modernas sedes de empresas de tecnologia. E mesmo que a maior parte da população use bicicleta, as ruas estão sempre congestionadas.
Um dos principais problemas da capital da República Popular da China é a poluição atmosférica, potencializada com as usinas abastecidas com carvão. Desde 2016, a cidade está substituindo sua última usina a carvão por quatro usinas abastecidas com gás natural, que é uma alternativa mais limpa para o meio ambiente.
Cidade do Panamá
Uma das mais antigas cidades das Américas, a Cidade do Panamá foi fundada em 1519. Desde 1999, quando o país alcançou sua soberania com a saída das tropas norte-americanas, a capital panamenha vem apresentando acelerado crescimento, com a chegada de muitos imigrantes e também de investidores. Ainda considerada um centro urbano subdesenvolvido, a cidade já recebeu o apelido de “Dubai Latina” e passou a ser vista como uma das economias urbanas mais competitivas da América Latina e com um dos PIBs mais altos da América Central. Junto das atividades do Canal do Panamá, a economia é forte em serviços, comércio e turismo. Para melhorar os constantes engarrafamentos, a cidade está ganhando um sistema de metrô e veículos de superfície que mudarão o perfil do transporte coletivo local.