Os Estados Unidos anunciaram na noite de segunda-feira 29 que vão restabelecer uma série de sanções contra a Venezuela, como forma de punição ao líder do país, Nicolás Maduro, por impedir que políticos da oposição participem das eleições para presidente. Washington havia suspendido temporariamente parte do bloqueio econômico a Caracas, contanto que garantisse que a ida às urnas fosse livre e justa – coisa que o governo venezuelano já sinalizou que não deve acontecer.
A decisão do governo de Joe Biden ocorre depois que a Suprema Corte do país sul-americano, a serviço de Maduro, decidiu manter um bloqueio à candidatura da principal figura da oposição no país, Maria Corina Machado, na última sexta-feira 26. As prisões de vários membros da oposição foram confirmadas no mesmo dia.
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Toma lá, sem dá cá
Os Estados Unidos concederam certo alívio à Venezuela, membro da OPEP, em outubro do ano passado, suspendendo temporariamente uma parte das sanções contra o país em um acordo a respeito da realização de eleições neste ano. Em troca, Caracas teria que libertar presos políticos, incluindo alguns americanos detidos, e remover proibições impostas a uma série de figuras da oposição.
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Embora Caracas tenha realizado uma troca de prisioneiros em dezembro, a ausência de Machado no pleito não cumpre parte do pacto.
Consequências
O Departamento do Tesouro americano disse na noite de segunda-feira que qualquer entidade dos Estados Unidos que conduza transações com a estatal venezuelana de mineração de ouro Minerven tem até 13 de fevereiro para encerrá-las. A Casa Branca também sugeriu que, caso Machado e outras figuras da oposição não possam concorrer à Presidência, todos os negócios com a indústria petrolífera da Venezuela serão interrompidos em 18 de abril.
“Eles [Maduro e seu governo] têm até a primavera para honrar seus compromissos”, disse o porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, em entrevista coletiva diária. A primavera começa no final de março no Hemisfério Norte. “Eles têm decisões que precisam tomar antes de avaliarmos quais decisões tomaremos.”
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Machado, uma engenheira industrial de 56 anos, venceu por esmagadora maioria as primárias da oposição em outubro. Na segunda-feira, ela disse que não se afastaria em favor de um substituto.
“Não há recuo. Temos um mandato e vamos completá-lo”, afirmou em coletiva de imprensa em Caracas, acrescentando que a decisão do tribunal superior foi um “crime judicial”.