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Como Trump aniquilou o caminho que Kamala considerava certo para vitória

Democrata contava com os estados do 'blue wall', Michigan, Pensilvânia e Wisconsin, para prevalecer – mas a parede foi varrida pela onda vermelha

Por Da Redação Atualizado em 6 nov 2024, 21h59 - Publicado em 6 nov 2024, 16h15

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, elevou o número de votos conquistados do Colégio Eleitoral para 292 nesta quarta-feira, 6, após derrotar Kamala Harris no estado de Michigan. O número é maior que os 270 votos necessários para que ele fosse eleito e também significa que ele passou por cima do caminho com o qual a democrata mais contava para vencer o pleito.

Trump não apenas venceu em todas as unidades da federação em que liderava a disputa como conquistou vários dos estados-pêndulo, apontados como cruciais para definir as eleições (alguns ainda estão terminando a contagem). Entre eles, Wisconsin, Michigan e Pensilvânia, três dos tijolos do chamado blue wall, o conjunto de unidades da federação do nordeste do país que tradicionalmente opta pelos democratas.

Esses três estados eram vistos como o caminho mais certo para a vitória de Kamala no Colégio Eleitoral, órgão que conta com 538 delegados distribuídos entre todos os Estados e Washington, D.C., segundo a população e o número de congressistas. Um candidato precisa de maioria simples (pelo menos 270) para vencer.

Trump conseguiu o mesmo feito em Wisconsin, Michigan e Pensilvânia em 2016, quando derrotou Hillary Clinton. O atual chefe da Casa Branca, Joe Biden, superou o republicano nesses estados em 2020.

Michigan

Ao contrário de Clinton em 2016, Harris fez uma campanha intensa na região durante setembro e outubro. A vice-presidente passou o domingo todo em Michigan, mas não conseguiu igualar o nível de apoio de Biden, principalmente no condado de Wayne, onde Detroit oferece um tesouro de votos democratas.

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A campanha de Harris tinha temores de que o descontentamento entre os democratas na área metropolitana de Detroit, em especial sobre a forma como o governo Biden lidou com a guerra entre Israel e o Hamas, poderia prejudicar sua campanha. Pode ser que tenha sido o caso.

Trump também foi bastante ativo na região, levando dezenas de comícios aos estados do blue wall, e melhorou suas margens nos três locais em relação a 2020.

Pensilvânia

Na Pensilvânia, a corrida foi intensa. Ambos os candidatos viam seus 19 delegados como cruciais para seu sucesso. Os dois visitaram o estado mais de 12 vezes cada um e passaram um bom tempo por lá na véspera do dia da eleição. Os gastos com propaganda eleitoral na Pensilvânia totalizaram mais de 500 milhões de dólares.

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Ambas as campanhas também priorizaram o alcance da crescente população latina do estado. Estima-se que 580.000 pessoas de origem hispânica estavam habilitados a votar nas eleições deste ano, quase 6% do eleitorado da Pensilvânia. De acordo com pesquisas de boca de urna da CNN, 57% votaram em Harris e 42% em Trump (uma margem muito menor do que em 2020).

Além disso, menos eleitores do que o esperado compareceram às urnas na Filadélfia, capital da Pensilvânia, que como quase todo centro urbano moderno nos Estados Unidos dá vitória aos democratas. Uma combinação de perda de eleitores para o candidato republicano e falta de mobilização pode ter custado a vitória de Kamala por lá.

Wisconsin

Tanto Trump quanto Harris e seus vice-candidatos fizeram paradas frequentes em Wisconsin, incluindo várias nas áreas populosas de Milwaukee, Madison e Green Bay. A margem de vitória nas últimas eleições presidenciais foi de menos de 1 ponto percentual em 2020, 2016, 2004 e 2000.

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Em 2016, Clinton perdeu no estado, apesar de ter vencido no condado de Milwaukee, com 66% dos votos, no condado de Dane, onde fica Madison, com 71%, e em LaCrosse, com 52%. Quatro anos depois, Biden melhorou o desempenho democrata nesses três condados em 3 a 5 pontos percentuais, o que o ajudou a garantir uma vitória apertada em Wisconsin.

Para os candidatos republicanos, vencer os condados conservadores “WOW” (Waukesha, Ozaukee e Washington), nos subúrbios de Milwaukee, pode ajudar a compensar o forte apoio democrata nos centros urbanos – e parece ter sido suficiente desta vez.

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