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Conclave: casa de aposta que previu vitória de Trump aponta favorito para suceder Francisco

Deliberação vai começar em 7 de maio

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 29 abr 2025, 11h54 - Publicado em 29 abr 2025, 09h55

A Polymarket, uma casa de apostas americana baseada em criptomoedas, aponta o cardeal italiano Pietro Parolin como favorito para suceder o papa Francisco após o conclave, marcado para 7 de maio. Com sede em Manhattan, a bet é conhecida por ter previsto a vitória de Donald Trump na corrida presidencial dos Estados Unidos, enquanto a grande maioria das pesquisas de opinião indicava que a democrata Kamala Harris, então vice-presidente do país, ganharia o pleito (embora a disputa sempre se mostrasse acirrada).

Parolin, 70 anos, aparece no noticiário como forte na disputa. Atual secretário de Estado do Vaticano, seu cargo é o segundo mais importante na hierarquia do Vaticano. Caberá a ele comandar o conclave a partir de 7 de maio.

Foi o primeiro cardeal nomeado por Francisco, embora tenha criticado alguns dos ideais do pontífice, como a aprovação da bênção a casais gays. Por isso, é visto como um candidato de compromisso entre os progressistas e conservadores na Igreja Católica. Além da posição estratégica que ocupa hoje na Cúria Romana, o cardeal conta com apoio relevante entre os europeus, os italianos e os setores moderados do Sul Global.

Segundo o Polymarket, Parolin possui 27% de chances de se tornar o próximo papa, conforme a projeção desta terça-feira, 29. Em seguida, está o cardeal Luis Antonio Tagle, de 67 anos, das Filipinas, com 21%.

“Muitos cardeais criados por Francisco não se conhecem entre si. Já Parolin, por ter sido secretário de Estado, tem enorme visibilidade”, disse a VEJA o jornalista vaticanista Francesco Antonio Grana. “Se dependesse apenas do Espírito Santo, Parolin já seria papa.”

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Tagle, por outro lado, líder do superdicastério da evangelização (órgão da Santa Sé que zela por aumentar o rebanho católico), é considerado mais alinhado com as ideias de Francisco. Nomeado por Bento XVI em 2012, é um dos mais jovens cardeais do Colégio e muito envolvido com causas sociais, especialmente na defesa dos direitos dos pobres e imigrantes. De 2015 a 2022, foi líder da Associação Caritas Internacional, que reúne mais de 160 organizações dedicadas a promover ações sociais pelo mundo – não estava envolvido no controverso caso que culminou na demissão de todo o corpo de líderes da entidade pelo próprio Francisco em 2022.

Atrás dos dois, segundo a lista da Polymarket, estão Peter Turkson, de Gana, ex-chefe do Pontifício Conselho Justiça e Paz, com 16% de chances, e o italiano Matteo Zuppi, com 13%. O primeiro tem um perfil conservador e ficou conhecido pela defesa ativa da paz em seu país. O segundo, mais progressista, é presidente da Conferência Episcopal Italiana e muito próximo a movimentos sociais. Além disso, tem fama de conciliador, elo de conexão entre o pontificado que se encerrou e a ala tradicionalista.

Prática milenar

Pode parecer crasso jogar com temas tão santos, mas a prática existe há séculos. As primeiras apostas em eleições foram registradas no século XV.

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Foi um movimento tão intenso que a República de Veneza proibiu apostas sobre a vida do papa em 1419 e cancelou apostas já feitas. Na época, era frequente contratar seguros de vida para o papa em exercício, às vezes como um seguro genuíno por empresários devedores do papado que temiam uma mudança de pontífice, mas também como um empreendimento puramente especulativo. Tais apólices sobre a vida de papas e outras figuras notáveis ​​foram proibidas em Barcelona (1435) e Gênova (1467 e 1494).

Apesar dos indícios mais longevos, o primeiro exemplo registrado de apostas sobre o candidato a ser selecionado por uma eleição papal ocorre no conclave de setembro de 1503, que promoveu Leão X a chefe da Igreja. Na época, as casas bancárias de Roma empregavam sensali, ou mensageiros, para entregar bilhetes de apostas.

Antes e durante o conclave de 1549-1550, muitos banqueiros romanos ofereciam apostas sobre a “papabilidade”. O veneziano Enrico Dandolo, testemunha do conclave, escreveu que “é mais do que evidente que os mercadores estão muito bem informados sobre o estado das urnas e que os assistentes dos cardeais no conclave se associam a eles em apostas, o que faz com que muitas dezenas de milhares de coroas troquem de mãos”. Ou seja, uma espécie de negociação com informações privilegiadas (insider trading).

Depois disso, em 1591, o papa Gregório XIV impôs uma pena de excomunhão contra qualquer um que apostasse no resultado ou na duração dos conclaves.

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