Conferência em Roma anuncia ajuda bilionária para reconstrução da Ucrânia
Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, participou do encontro e afirmou que ataques russos recentes são 'puro terrorismo'

A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, anunciou nesta quinta-feira, 10, que os participantes de uma conferência em Roma prometeram mais de 10 bilhões de euros (R$ 65,7 bilhões) para a reconstrução da Ucrânia, invadida pelas tropas russas em fevereiro de 2022. Meloni e o chanceler alemão, Friedrich Merz, afirmaram que as histórias da Itália e da Alemanha, destruídos pela Segunda Guerra Mundial (1939-1945) mostram que reerguer a Ucrânia é possível.
“Acredito que devemos nos orgulhar do resultado que alcançamos juntos hoje — nações, organizações internacionais, instituições financeiras, autoridades locais, o setor empresarial e a sociedade civil”, disse Meloni em discurso de abertura da conferência. “Juntos, na conferência de hoje, assumimos compromissos que totalizam mais de 10 bilhões de euros.”
Trata-se do quarto evento voltado para a reconstrução ucraniana desde o início da guerra. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, participou do encontro e renovou as críticas a Moscou, afirmando que os recentes ataques russos são “puro terrorismo”. A Rússia lançou centenas de drones contra Kiev na madrugada desta quinta-feira, 10, marcando a segunda noite consecutiva de duros ataques contra a Ucrânia. Ao menos duas pessoas morreram, incluindo uma policial de 22 anos, e mais de dez ficaram feridos, segundo autoridades locais.
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Nova fase da guerra
Embora Moscou já venha intensificando ataques aéreos contra território ucraniano nas últimas semanas, a operação desta quinta-feira pode ser sinal de uma mudança de tática, com objetivo de sobrecarregar ainda mais as já exaustas defesas aéreas ucranianas. Durante o ataque, a Rússia lançou centenas de drones e mísseis de todas as direções — alguns dos projéteis contornaram a capital antes de mudarem abruptamente de direção e voltarem em alta velocidade à cidade, dificultando a interceptação.
O ataque durou mais de 10 horas, com mais de 400 drones e 18 mísseis lançados pela Rússia, incluindo oito mísseis balísticos, segundo o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que disse se tratar “de um claro aumento do terror”.
Na quarta-feira, a Rússia já havia feito seu maior ataque de drones desde o início de sua invasão ao país vizinho, em fevereiro de 2022, lançando lançando 728 drones e 13 mísseis. O ataque foi tão intenso que a vizinha Polônia despachou aeronaves suas e de aliados para garantir a segurança de seu espaço aéreo.