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Conflitos se intensificam e chegam ao centro de Mariupol, na Ucrânia

Cidade tem sido um dos principais alvos do exército russo e está sitiada desde o começo do conflito

Por Matheus Deccache 18 mar 2022, 19h05

O combate entre russos e ucranianos chegou ao centro de Mariupol, cidade portuária da Ucrânia sitiada há mais de duas semanas, nesta sexta-feira (18). A região tem sido um dos maiores alvos de tropas russas desde o início do conflito, em 24 de fevereiro.

O ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, disse que seu exército está “apertando o laço” ao redor da cidade e que a luta contra os nacionalistas chegou ao centro municipal. Em fala à BBC, o prefeito, Vadyn Boichenko, confirmou as informações e disse que “as batalhas de tanques e metralhadoras continuam ao mesmo tempo em que todos estão escondidos em bunkers”.

+ Número de deslocados internos na Ucrânia chega a 6,5 milhões

A cidade portuária é alvo de bombardeios intensos desde que foi cercada por tropas russas, em 2 de março. Desde então, os cerca de 400.000 habitantes que continuavam em Mariupol sofrem com falta de acesso a água, alimentos e medicamentos.

Mariupol tem sido uma das cidades mais visadas nas duas semanas desde que a Rússia iniciou sua invasão à Ucrânia. Em um vídeo transmitido em seu canal no Telegram, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse ainda que as tropas russas “passaram dos limites” ao atacar a maternidade em Mariupol na semana passada. Ao menos 17 pessoas teriam se ferido na tragédia, que o chefe de Estado classificou como uma “atrocidade”.

De acordo com o governo francês, o presidente Emmanuel Macron disse por telefone a Vladimir Putin nesta sexta que está “extremamente preocupado” com a situação da cidade. A Ucrânia acusa a Rússia de focar em alvos civis devido ao fracasso do exército russo nas três primeiras semanas de guerra, enquanto o Kremlin nega as acusações.

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“O governo russo até agora não conseguiu atingir seus objetivos originais. Surpreendeu-se com a escala e ferocidade da resistência ucraniana e foi atormentado com problemas de sua própria autoria”, disse o chefe da inteligência do exército britânico, Jim Hockenhull.

Segundo ele, a Rússia está agora buscando uma estratégia de atrito que envolverá o uso imprudente e indiscriminado do poder de fogo, resultando em mais mortes de civis e destruição da infraestrutura ucraniana. 

“Putin reforçou seu controle sobre a mídia doméstica russa. O Kremlin está tentando controlar a narrativa, esconder problemas operacionais e ocultar o alto número de baixas russas do povo russo”, completou. 

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+ Protesto contra a guerra reúne carrinhos de bebê em Lviv, na Ucrânia

Nesta sexta, um ataque com mísseis atingiu uma fábrica de aviões em Lviv, no oeste ucraniano, levantando temores de que a guerra poderia se estender para a região. Próxima da fronteira com a Polônia, a cidade tem sido uma espécie de refúgio para aqueles que estão fugindo do conflito e ainda não tinha sido alvo de ataques até então.

Já em Kharkiv, no sul, o serviço de emergência estatal ucraniano disse que um prédio de civis foi bombardeado ocasionando a morte de uma pessoa e deixando outras 11 feridas. Também há relatos de projéteis lançados na cidade de Kramatorsk, matando duas pessoas e ferindo mais seis. 

Na capital Kiev, uma pessoa morreu e outras quatro ficaram feridas depois que partes de um míssil russo caíram em um prédio residencial na parte norte da capital. Os serviços de emergência disseram que 12 pessoas foram resgatadas e outras 98 foram evacuadas do bloco de cinco andares.

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Líderes de nações do Ocidente seguem acusando a Rússia de cometer crimes de guerra na Ucrânia enquanto o Kremlin nega ter atacado alvos civis desde o início do confronto. Nesta sexta, Putin falou por telefone com o chanceler alemão, Olaf Scholz, e acusou Kiev de “tentar paralisar as negociações de paz”, reforçando que Moscou ainda está interessado em continuar com elas.

+ Putin acusa Ucrânia de dificultar conversas de paz com ‘propostar irreais’

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