Confrontos entre palestinos e policiais israelenses se espalham pela Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, desde sexta-feira 7 e já deixaram mais de 500 feridos. Nesta segunda-feira, 10, novas agitações foram registradas na região, quando manifestantes atiraram pedras e as forças de segurança responderam com bombas de efeito moral e balas de borracha.
Tudo começou na última sexta, quando um grupo de palestinos foi impedido de entrar no complexo da mesquita Al-Aqsa, um dos locais mais reverenciados pelo islamismo. O complexo também é o local mais sagrado do judaísmo, conhecido como Monte do Templo.
Os muçulmanos celebravam o último dia do Ramadã, considerado uma das datas mais sagradas para o Islã, o que acirrou os ânimos. As tensões também aumentaram devido às ameaças de novos despejos de palestinos de terras reivindicadas por colonos judeus em Jerusalém Oriental. Uma audiência na Suprema Corte de Israel sobre o tema foi adiada.
Mais de 200 pessoas ficaram feridas apenas no primeiro dia, mas os protestos violentos se estenderam por todo o final de semana. Na noite de sábado 8, os manifestantes atiraram pedras contra a polícia e incendiaram o Portão de Damasco, na Cidade Velha, ao que policiais reagiram atirando granadas de gás lacrimogênio e usando canhões de água.
Nesta segunda ao menos 180 pessoas ficaram feridas e 80 foram hospitalizadas, segundo médicos palestinos. Hoje também é comemorado o “Dia de Jerusalém”, data do calendário hebraico celebra o dia em que Israel conquistou Jerusalém Oriental e a Cidade Velha em 1967.
Para tentar diminuir as tensões, a polícia israelense proibiu grupos judeus de fazerem visitas neste Dia de Jerusalém à praça sagrada que abriga Al-Aqsa. A polícia também estuda mudar o trajeto de uma marcha tradicional, na qual milhares de jovens com bandeiras israelenses caminham pela Cidade Velha.
Jerusalém abriga lugares sagrados muçulmanos, judeus e cristãos e é um foco frequente de confrontos entre israelenses e palestinos. Mas especialistas observam que a espiral de violência deste fim de semana está entre as piores dos últimos anos.