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Contra boicote diplomático, Putin diz a Xi que irá à Olimpíada de Pequim

Canadá, Reino Unido, EUA e Austrália afirmaram que funcionários e representantes governamentais não vão comparecer, mas atletas poderão competir

Por Da Redação 15 dez 2021, 12h20

O presidente russo, Vladimir Putin, confirmou nesta quarta-feira, 15, que irá comparecer à abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, em fevereiro de 2022, após líderes ocidentais anunciarem um boicote diplomático em protesto a abusos de direitos humanos na China.

A afirmação foi feita durante teleconferência com o líder chinês, Xi Jinping, na qual afirmou que um “novo modelo de cooperação foi formado entre nossos dois países, com base em questões de princípios como não interferência em assuntos internos”.

A declaração ocorre também em meio a uma intensa turbulência entre Moscou e o Ocidente, após acusações de intensificação de presença militar nas fronteiras com a Ucrânia e com outros países da Otan, a principal aliança militar ocidental.

Na semana passada, Canadá e Reino Unido anunciaram adesão ao boicote diplomático, se juntando a Estados Unidos e Austrália. Dessa forma, funcionários e representantes dos governos não vão comparecer ao evento, mas atletas poderão competir.

Os Jogos Olímpicos de Inverno acontecerão em Pequim entre 4 a 20 de fevereiro do ano que vem. Em seguida, entre 4 e 13 de março, acontecerão os Jogos Paralímpicos de Inverno, também na capital chinesa.

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Ao anunciar a decisão, o premiê canadense, Justin Trudeau, citou extrema preocupação com “repetidas violações dos direitos humanos por parte do governo chinês”.

De acordo com os países, as violações são ligadas aos abusos a muçulmanos uigures e à repressão contra o movimento pró-democracia em Hong Kong.

“É por isso que anunciamos hoje que não enviaremos nenhuma representação diplomática aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Pequim neste inverno ”, disse Trudeau.

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A China, por sua vez, nega as acusações e diz que o boicote viola o princípio de neutralidade dos esportes estabelecido pela Carta Olímpica. “Isso vai contra o lema olímpico mais unidos”,  disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Zhao Lijian.

Após o anúncio de autoridades americanas, o país asiático também afirmou que as acusações de abuso se tratam de uma campanha de difamação.

“Os Estados Unidos estão tentando tumultuar os Jogos, com base em seu viés ideológico, mentiras e rumores. Mas, o boicote só fará com que as pessoas no mundo vejam ainda mais claramente suas sinistras intenções e abalará ainda mais sua credibilidade e sua moralidade”, afirmou o porta-voz.

O jornal oficial do país asiático, Global Times, publicou no Twitter uma mensagem afirmando que a China “respira aliviada” após o anúncio do boicote diplomático de Washington. “Quanto menos funcionários americanos vierem, menos vírus eles trarão”, indicou a publicação, em referência à pandemia da Covid-19.

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