Coreia do Norte afirma ter detido mais um americano
A detenção ocorre em meio a tensões entre os dois países

A Coreia do Norte afirmou neste domingo (7) que prendeu outro cidadão americano sob suspeita de ações contra o Estado, o que, caso confirmado, seria o quarto caso de prisão de americanos pelo país, isolado em meio a tensões diplomáticas.
Kim Hak Song, que foi detido no sábado, trabalhava para a Universidade de Ciência e Tecnologia de Pyongyang, segundo a agência de notícias KCNA.
“Uma instituição relevante da DPRK deteve o cidadão americano Kim Hak Song em 6 de maio sob a lei da DPRK por suspeita de atos hostis contra o país”, disse a KCNA. DPRK (ou RPDC) é a sigla em inglês para a República Popular Democrática da Coreia, nome oficial da Coreia do Norte.
Outras prisões
Um terceiro cidadão dos EUA, Kim Sang Dok, que era associado à mesma escola, foi detido no final de abril por atos hostis, de acordo com a mídia oficial do país.
A detenção reportada ocorre em meio a altas tensões na península coreana, geradas por um duro embate retórico entre Pyongyang e Washington enquanto a Coreia do Norte avança em sua busca por armas nucleares em resposta ao que diz ser uma ameaça de guerra instigada pelos EUA.
A Universidade de Ciência e Tecnologia de Pyongyang (PUST, na sigla em inglês) foi fundada por cristãos evangélicos e aberta em 2010. Seus estudantes são geralmente filhos da elite do país. No currículo, há temas já considerados tabus na Coreia do Norte, como o capitalismo.
Uma mensagem de Kim Hak Song, datada de fevereiro de 2015, no site de uma Igreja coreano-brasileira em São Paulo afirma que ele era um missionário cristão planejando começar uma fazenda experimental na Universidade para ajudar o povo da Coreia do Norte a se tornar autossuficiente.
Os outros dois americanos já detidos na Coreia do Norte são Otto Warmbier, um estudante de 22 anos, e Kim Dong Chul, um missionário coreano-americano de 62 anos.
Warmbier foi detido em janeiro de 2016 e condenado a 15 anos de trabalhos forçados pela tentativa de roubar um banner de propaganda. Dois meses depois, Kim Dong Chul foi condenado a 10 anos de trabalhos forçados por subversão. Nenhum dos dois apareceu em público desde as sentenças.
(Com Reuters)