A Coreia do Norte acusou os Estados Unidos nesta segunda-feira, 10, de violar o espaço aéreo depois de o país realizar voos de vigilância perto do território norte-coreano. Pyongyang ameaçou, ainda, abater outros voos.
Em comunicado divulgado pela agência estatal de notícias KCNA, um porta-voz não identificado do Ministério da Defesa Nacional afirmou que as “ações militares provocativas dos Estados Unidos” aproximam a península coreana de um conflito nuclear.
A Coreia do Norte afirmou que as forças militares americanas usam aviões de reconhecimento e drones para aumentar tensões entre as nações. No comunicado, o governo norte-coreano aproveitou para citar incidentes anteriores em que o país abateu ou interceptou aeronaves de Washington na fronteira com a Coreia do Sul.
“Não há garantia de que um acidente tão chocante como a queda do avião de reconhecimento estratégico da Força Aérea dos Estados Unidos não acontecerá [nas águas da Coreia], disse o porta-voz, acrescentando que esta não é a primeira vez que o regime de Kim Jong-un vê os voos de vigilância americanos como ameaça.
A Coreia do Sul alegou que a acusação de Pyongyang não é verdadeira, argumentando que voos de vigilância aérea e reconhecimento fazem parte da rotina e são uma atividade realizada em conjunto por seus aliados para monitorar o norte da península.
A KCNA argumentou, no entanto, que a ação faz parte de uma “chantagem nuclear indisfarçável” contra a Coreia do Norte e outros países da região, e representa uma grave ameaça à paz.
“Se uma situação extrema, desejada por ninguém, será criada ou não na península coreana depende da ação futura dos Estados Unidos. Se se qualquer situação repentina acontecer, os Estados Unidos serão totalmente responsabilizados por isso”, afirmou o comunicado.
Após a acusação, Kim Yo Jong, a irmã do líder da Coreia do Norte, afirmou que o país iria responder de forma decisiva se os militares americanos entrassem no seu espaço aéreo novamente.
Neste ano, tanto as forças americanas quanto as sul-coreanas realizaram exercícios aéreos e navais com um porta-aviões americano e bombardeiros. Após o lançamento fracassado de um satélite espião da Coreia do Norte no final de maio, os aliados participaram de exercícios militares em junho para uma demonstração de força.
No mês passado, um submarino de mísseis de cruzeiro movido a energia nuclear dos Estados Unidos também fez escala em Busan, na Coreia do Sul. Segundo Pyongyang, na ocasião, Washington tentou “implantar um submarino estratégico” com ogivas nucleares na península coreana.