A Coreia do Norte anunciou nesta terça-feira a proibição de todos os malaios de deixar o país, até que o caso do assassinato de Kim Jong-nam, irmão do ditador Kim Jong-un, em Kuala Lumpur, seja “devidamente resolvido”. Em resposta, o governo da Malásia agiu da mesma forma e barrou a saída de norte-coreanos que estejam em seu território.
A Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte foi o primeiro a agir, notificando a embaixada da Malásia em Pyongyang. Em nota divulgada pela agência estatal KCNA, o ministério informou que não irá liberar a saída de nenhum malaio até que possa garantir a segurança de seus cidadãos e pessoal diplomático no país do sudeste asiático.
Em seguida, o primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, exigiu a imediata liberação de todos os cidadãos malaios retidos na Coreia do Norte e classificou a medida como uma “aberração”. O líder malaio convocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança Nacional e instruiu a polícia que também impeça a saída de “todos os norte-coreanos” na Malásia, até “assegurar a segurança” dos malaios na Coreia do Norte.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores malaio, há 11 cidadãos seus atualmente na Coreia do Norte, sendo três deles funcionários da embaixada e outros seis familiares desses. Nenhum dos países revelou o número de norte-coreanos na Malásia.
Na segunda-feira, o país de Kim Jong-un ordenou a expulsão do embaixador malaio no país, Mohamad Nizan Mohamad, em represália a de seu próprio diplomata, Kang Chol, declarado persona non grata no último sábado. A antiga relação de cooperação se tornou rapidamente hostil nas últimas semanas, devido a divergências sobre as circunstâncias da morte de Kim Jong-nam.
Pyongyang rejeita a atuação malaia no caso e alega que a investigação feita não é imparcial, segundo o embaixador coreano expulso. O país também discorda das conclusões da necropsia, que apontam para envenenamento, e da acusação de envolvimento de norte-coreanos no assassinato.
(Com EFE)