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Coreia do Norte deixa pacto militar com Seul e deve armar mais a fronteira

Pyongyang prometeu implantar novas armas 'mais fortes' na fronteira depois que Coreia do Sul suspendeu partes do acordo e aumentou a vigilância na região

Por Da Redação
23 nov 2023, 11h16
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  • A Coreia do Norte disse nesta quinta-feira, 23, que mobilizará unidades militares mais fortes e novas armas na sua fronteira com a Coreia do Sul, um dia depois de Seul suspender parcialmente um acordo militar de 2018 entre os países. O pacto foi suspenso em protesto contra o lançamento de um satélite espião por Pyongyang.

    O Ministério da Defesa da Coreia do Norte disse num comunicado divulgado pela agência de notícias estatal KCNA que iria restaurar todas as medidas militares que havia suspendido devido ao acordo com a Coreia do Sul. Inicialmente, ele foi concebido para diminuir a tensão ao longo da sua fronteira compartilhada entre as nações vizinhas.

    “De agora em diante, nosso exército nunca estará vinculado ao Acordo Militar Norte-Sul de 19 de setembro”, afirmou o comunicado de Pyongyang. “Retiraremos as medidas militares tomadas para prevenir tensões militares e conflitos em todas as esferas, incluindo terrestre, marítima e aérea, e implantaremos forças armadas mais poderosas e equipamento militar de novo tipo na região ao longo da Linha de Demarcação Militar.”

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    O lançamento do satélite espião na última terça-feira 21 foi a terceira tentativa da Coreia do Norte de realizar a operação, depois de dois fracassos este ano. Ele ocorreu após uma rara viagem do líder norte-coreano, Kim Jong-un, à Rússia, durante a qual o presidente Vladimir Putin prometeu ajudar Pyongyang a construir satélites.

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    Autoridades sul-coreanas disseram que o último lançamento provavelmente envolveu assistência técnica russa no âmbito de uma parceria crescente, que viu Pyongyang fornecer a Moscou milhões de projéteis de artilharia. A Rússia e a Coreia do Norte negaram acordos de armas, mas prometeram uma cooperação mais profunda, inclusive em satélites.

    Em resposta, Seul suspendeu na quarta-feira 22 parte do acordo intercoreano e disse que iria intensificar imediatamente a vigilância ao longo da fronteira, já adotando o uso de de aeronaves de reconhecimento tripuladas e não tripuladas. Pyongyang acusou a Coreia do Sul de anular o acordo, conhecido como Acordo Militar Abrangente (CMA), e disse que a vizinha será “totalmente responsável no caso de um conflito irrecuperável ocorrer” entre as duas Coreias.

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    Um porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos disse que a decisão da Coreia do Sul de suspender parte do CMA foi uma “resposta prudente e contida”, citando a “falha da Coreia do Norte em aderir ao acordo”.

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    “A suspensão da Coreia do Sul restaurará as atividades de vigilância e reconhecimento ao longo do lado sul-coreano da Linha de Demarcação Militar, melhorando a capacidade da Coreia do Sul de monitorar as ameaças da Coreia do Norte”, disse em comunicado.

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    O pacto Norte-Sul havia sido assinado num encontro entre Kim e o então presidente sul-coreano, Moon Jae-in, em 2018, antes da estagnação diplomática que começou em 2019.

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