Coreia do Norte reconhece fracasso, mas promete lançar novo satélite
Lançamento foi condenado pelas autoridades sul-coreanas e japonesas, que chegaram a emitir alertas para a população
A tentativa da Coreia do Norte de colocar um satélite de reconhecimento militar no espaço fracassou depois que o segundo estágio do foguete apresentou defeito nesta quarta-feira, 31. De acordo com a agência de notícias estatal KCNA, Pyongyang ainda planeja realizar um segundo lançamento o mais rápido possível.
O relatório divulgado afirma que “a confiabilidade e a estabilidade do novo sistema de motor” eram “baixas” e o combustível usado “instável”, levando ao fracasso da missão. A Agência Nacional de Desenvolvimento Espacial da Coreia do Norte disse que investigaria a falha “urgentemente” e realizaria outro lançamento após novos testes.
“O novo foguete veículo satélite, Chollima-1, caiu no Mar Ocidental ao perder a propulsão devido a uma inicialização anormal do motor no 2º estágio após a separação do 1º estágio durante o voo normal”, diz o comunicado da KCNA.
O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul disse ter identificado um objeto que faz parte do que a Coreia do Norte afirma ser seu veículo de lançamento no mar a cerca de 200 quilômetros a oeste da Ilha Eocheong. Segundo o governo, militares sul-coreanos estão em processo de resgatar o material.
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Mais cedo, Seul afirmou que Pyongyang lançou um “projétil espacial”, disparando sinais de alerta na Coreia do Sul e no Japão, semanas depois que o líder Kim Jong Un ordenou que as autoridades se preparassem para o lançamento do primeiro satélite de reconhecimento militar do país. Autoridades sul-coreanas e japonesas cancelaram posteriormente esses alertas quando ficou claro que não havia perigo para áreas civis.
Em Seul, o alerta foi cancelado cerca de 20 minutos depois de ter sido emitido e houve uma confusão sobre qual autoridade o implementou. O Ministério do Interior disse que foi emitido pelo governo da cidade de Seul por engano.
O prefeito de Seul, Oh Se-hoon, pediu desculpas aos cidadãos por “causar confusão” ao enviar um alerta para toda a cidade, acrescentando que esforços serão feitos para refinar o sistema para evitar situações semelhantes.
Analistas disseram que os eventos da manhã desta quarta-feira indicam problemas para as duas Coreias. Para o Norte, pelo seu programa espacial e, para o Sul, pelo seu processo de alerta do público em caso de um ataque real.
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Os governos sul-coreano e japonês condenaram o lançamento norte-coreano como uma violação das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O presidente a Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, emitiu um comunicado afirmando que o lançamento foi uma “provocação séria que ameaça a paz e a segurança na Península Coreana”.
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No Japão, o secretário-chefe do governo, Hirokazu Matsuno, disse que Tóquio “protestou veementemente” contra a Coreia do Norte. Ele prometeu “vigilância e vigilância” contínuas do governo japonês.
A Coreia do Norte realizou dezenas de testes de mísseis balísticos nos últimos dois anos, o que, segundo analistas, mostra um amadurecimento do programa. O teste de um novo míssil balístico intercontinental (ICBM) de combustível sólido em abril mostrou que Pyongyang poderia lançar os mísseis mais rapidamente no caso de qualquer confronto nuclear.