Coreia do Sul exige desculpas de Pequim após ataque a jornalista
Fotógrafo sul-coreano é agredido por 15 guardas chineses durante a visita do presidente Moon Jae-in a Pequim
O governo da Coreia do Sul emitiu uma crítica formal contra Pequim após um fotojornalista sul-coreano ser agredido por mais de uma dúzia de guardas chineses. Seul exigiu um pedido formal de desculpas pelo ato violento.
O fotógrafo estava cobrindo a visita oficial do presidente Moon Jae-in à China. Segundo a imprensa sul-coreana, as cenas violentas foram protagonizadas quando os guardas chineses tentaram restringir a entrada de jornalistas a um evento sobre comércio em Pequim, ao qual Moon compareceu.
Durante a confusão, cerca de 15 guardas levaram o fotojornalista para fora do local e o agrediram de forma violenta enquanto seus colegas e outros jornalistas protestavam e tentavam parar o ataque.
Segundo o jornal Korea Joong-Ang Daily, os oficiais e seguranças presidenciais também tentaram parar os guardas, que “socaram e chutaram o jornalista caído no chão”, mas também foram agredidos na confusão. De acordo com a agência de notícias Yonhap, o fotógrafo foi levado a um hospital e submetido a “cuidados intensivos”.
O caso despertou a indignação do governo da Coreia do Sul, que emitiu uma queixa formal endereçada à administração chinesa. Uma investigação inicial sobre o ocorrido mostrou que os guardas foram contratados pelos organizadores sul-coreanos do evento, mas estavam “sobre a liderança da polícia chinesa”.
Outro incidente durante a viagem de Moon também chamou a atenção das associações sul-coreanas de proteção a jornalistas: um fotógrafo do jornal Hankook Ilbo foi agredido e derrubado no chão por seguranças chineses enquanto tentava seguir seu presidente.
Mas essas não foram as primeiras vezes em que a China foi acusada de violência contra jornalistas e de restringir a liberdade de imprensa no país. Em outubro, durante o Congresso do Partido Comunista, repórteres de vários grandes meios de comunicação internacional foram impedidos de assistir ao discurso do presidente Xi Jinping.
BBC, The Guardian, Financial Times, The New York Times, entre outros, ficaram de fora do evento. A proibição aparentemente foi uma retribuição pela cobertura crítica sobre a política chinesa feita por estes veículos.
A China atualmente ocupa o 176º lugar no índice anual de liberdade de imprensa World Press Freedom, compilado pela organização internacional Reporters Sans Frontières (Repórteres Sem Fronteiras). O país só perde para a Síria e o Turcomenistão.