A Coreia do Sul informou nesta quinta-feira (17) que fará uma mediação entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte depois que Pyongyang ameaçou desistir da aguardada reunião entre seu líder, Kim Jong-un, e o presidente americano, Donald Trump, no dia 12 de junho, em Cingapura.
A Coreia do Norte ameaçou na última quarta-feira (16) cancelar a reunião se Washington continuar exigindo que Pyongyang abandone unilateralmente seu arsenal nuclear. Além disso, o exercício militar conjunto dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, em realização nesta semana, irritou o regime de Kim Jong-un, que interpretou como provocação.
Uma autoridade da Presidência da Coreia do Sul disse que seu país tentará aproximar Washington e Pyongyang. Segundo um funcionário da Casa Azul, a Presidência sul-coreana, o próprio presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, pretende agir mais ativamente “no papel de mediador” entre Coreia do Sul, Estados Unidos e Coreia do Norte.
O jornal japonês Asahi Shimbun relatou nesta quinta-feira que os Estados Unidos exigiram que o governo norte-coreano envie algumas ogivas nucleares, um míssil balístico intercontinental (ICBM) e outros materiais nucleares para o exterior no prazo de seis meses.
Segundo o jornal, que citou especialistas em questões norte-coreanas, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, teria dito ao líder norte-coreano, quando se encontraram neste mês, que a Coreia do Norte poderia ser removida de uma lista de Estados patrocinadores do terrorismo se enviasse os itens nucleares para fora do país.
O Asahi também informou que, se Pyongyang concordar em completar uma desnuclearização verificável e irreversível, Washington consideraria dar garantias ao regime de Kim.
Além da ameaça de cancelar a cúpula com Trump, a Coreia do Norte também cancelou uma reunião de alto nível marcada para quarta-feira com autoridades da Coreia do Sul. O governo sul-coreano informou que está buscando remarcar este encontro, onde os líderes conversariam sobre o cumprimento de promessas feitas no âmbito da cúpula intercoreana.
Em reação, o presidente dos Estados Unidos disse que não está claro se a cúpula irá acontecer, mas garantiu que continuará insistindo na desnuclearização da península coreana.
(Com Reuters)