Soldados da Coreia do Norte e da Coreia do Sul começaram a remover as minas terrestres instaladas ao longo da altamente fortificada fronteira entre os dois países, informou o Ministério de Defesa sul-coreano nesta segunda-feira, 1º.
A remoção da minas ocorre no momento de retomada das negociações sobre o programa nuclear norte-coreano. O secretário de Estado do Estados Unidos, Mike Pompeo, deve visitar Pyongyang neste mês para discutir os detalhes de um segundo encontro do presidente americano, Donald Trump, com o ditador norte-coreano, Kim Jong-un.
Nesta segunda-feira, engenheiros do Exército sul-coreano munidos de equipamento para retirar as minas terrestres foram enviados para o vilarejo fronteiriço de Panmunjom e para a Colina Ponta da Flecha, onde os dois países planejam realizar buscas conjuntas por soldados mortos durante a Guerra da Coreia (1950-1953). As tropas começaram a remover as minas na parte sul das duas localidades.
Os militares sul-coreanos também detectaram soldados do Norte envolvidos na remoção de minas na parte norte da Zona Desmilitarizada, disse um oficial de defesa sul-coreano. A imprensa oficial da Coreia do Norte ainda não divulgou qualquer notícia sobre o tema.
Apesar da designação, a Zona Desmilitarizada é uma das áreas mais armadas, patrulhadas e tensas do mundo. Nessa faixa ao longo do Paralelo 38, há famílias de agricultores com permissão para viver ali e cultivar arroz. Mas a presença militar é intensa e deixa clara a ausência de um acordo definitivo de paz, mesmo depois do armistício de 1953.
Militares da Coreia do Sul acreditam que os corpos de pelo menos 300 soldados do país e um número não determinado de chineses e norte-coreanos estão enterrados na Colina Ponta da Flecha. Ali aconteceram algumas das mais violentas batalhas durante a guerra, que deixou milhões de mortos ou desaparecidos.
Novos acordos
O acordo para remoção de minas foi o primeiro esforço do tipo desde o começo dos anos 2000. Faz parte de um pacote de medidas negociadas pelos ministros de Defesa dos dois países à margem do último encontro Kim Jong-un e o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, em Pyongyang no mês passado.
Moon afirmou nesta segunda-feira que os acordos militares “encerrarão todos os atos de hostilidade em terra, mar e céu entre a Sul e o Norte”.
Com objetivo de reduzir a tesão e construir confiança na península, os dois dirigentes também concordaram em remover 11 postos de guarda na fronteira dos dois países até dezembro. Serão criadas zonas tampão ao longo da fronteira terrestre e marítima e uma zona de exclusão aérea sobre a fronteira para prevenir acidentes.
(Com AP)