Coronavírus: Colômbia desloca militares para a fronteira com o Brasil
Bogotá informa que a medida tem o objetivo de evitar a importação de casos da doença; Brasil é epicentro da Covid-19 na América do Sul
O presidente da Colômbia, Iván Duque, anunciou nesta terça-feira, 13, que deslocará militares para a cidade amazônica de Leticia, na tríplice fronteira do país com o Brasil e o Peru, para evitar que casos de Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, sejam importados ao território colombiano.
“A decisão foi tomada para militarizar todos os pontos de fronteira com mais presença e exercer o respectivo controle para evitar a chegada de casos importados”, declarou Duque durante seu programa diário de televisão.
Colômbia e Brasil dividem uma fronteira de 1.644 quilômetros na região amazônica. Leticia é a única passagem de fronteira para o território brasileiro, e está ligada a Tabatinga, do lado brasileiro da floresta, e também à cidade peruana de Santa Rosa de Yavarí.
Somente no departamento do Amazonas, onde se locializa Leticia, foram diagnosticadas 743 pessoas com o vírus e registradas 26 mortes. No restante da Colômbia, são 12.272 doentes e 493 mortos. Nesta quarta também foram confirmados os dois primeiros casos em Vaupés, um departamento que também faz fronteira com o Brasil, embora não tenha passagem oficial devido à floresta densa.
Para tentar deter o avanço do vírus nesse departamento, ao qual se chega apenas de avião a partir de Bogotá, o ministro da Saúde, Fernando Ruiz, anunciou que 55.000 máscaras serão entregues e o equivalente a cerca de 20 milhões de reais serão destinados ao único hospital da região.
O Brasil é o país com o segundo maior número de casos e mortes de Covid-19 no continente americano, depois dos Estados Unidos, com mais de 1,3 milhão de doentes e cerca de 80.000 mortos. Na América do Sul, tornou-se epicentro da pandemia. Nesta semana, o presidentes da Argentina, Alberto Fernández, e do Paraguai, Mario Abdo Benítez, declararam ser a crise da Covid-19 no país uma ameaça a toda a América do Sul, em crítica à condução da pandemia pelo governo de Jair Bolsonaro.
Países sul-americanos que decretaram a quarentena cedo observaram um aumento cada vez mais lento da doença em seus territórios. A Argentina registrou o primeiro caso de contaminação no início de março e, no dia 20 daquele mês, decretou o confinamento total do país. No Brasil, o primeiro diagnóstico no Brasil fora no dia 25 de fevereiro e, até o momento, não há política de quarentena para todo o país. Nesta quarta, a Argentina contabiliza 6.563 casos e o Brasil, 180.737, segundo levantamento em tempo real feito pela Johns Hopkins Universitty.
(Com EFE)