Apesar de o governo chinês ter proibido a entrada de estrangeiros por temor de um novo surto de Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, Pequim anunciou nesta terça-feira, 14, que irá impor quarentena obrigatória de 14 dias para as pessoas que chegarem de outras regiões do país, incluindo aquelas que deram negativo no diagóstico da doença.
A imposição das novas restrições na capital coincide com o aumento no número de casos de Covid-19 relatados no norte do país. Dos 108 novos casos na província de Heilongjiang, que faz fronteira com a Rússia, divulgados no domingo 12, apenas sete foram de contaminação local. A nova política de quarentena em Pequim também pretende proteger a elite política do país.
Anualmente, o Partido Comunista da China (PCC) realiza um congresso com milhares de representantes de todo o país. Para garantir que esses delegados não fiquem expostos ao vírus, o congresso foi adiado, sem data para ocorrer.
“Reforçar o controle das pessoas que voltam para Pequim se tornou a prioridade mais urgente pois, em caso contrário, é impossível criar as condições para o início do congresso”, afirma Ma Liang, professor da Escola de Administração e Políticas Públicas da Universidade de Renmin.
Pequim já ensaiava antes com Wuhan, cidade na província de Hubei onde a pandemia teve seu início, as medidas de restrição sobre o trânsito de pessoas dentro do país.
Enquanto outras cidades chinesas pedem apenas que os moradores de Wuhan apresentem um código de cor verde em um aplicativo disponibilizado pelo governo, a prova de que seus exames deram resultado negativo para o vírus, Pequim exige que a pessoa solicite uma autorização e que teste negativo para a doença sete dias antes da viagem. Ao chegar na capital, o cidadão ainda deverá se isolar por mais 14 dias e realizar mais um teste após as duas semanas antes de sair na rua.
Na China, a transmissão interna foi controlada apesar dos temores de um novo surto no norte do país. No mundo, o número de casos de contaminação beira 2 milhões enquanto o total de mortes ultrapassa 120.000. O pior cenário continua nos Estados Unidos, com 582.634 infectados e, deles, 23.649 mortos.