Coronavírus: empresas aéreas terão que deixar assentos do meio vazios
Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) diz que voos comerciais vão operar com dois terços da capacidade mesmo com o arrefecimento da pandemia
Empresas aéreas do mundo todo serão obrigadas a operar com apenas dois terços da capacidade das aeronaves quando as restrições de viagens forem suspensas após o surto do novo coronavírus. O temor é de que o setor de aviação demore dois anos para se recuperar da crise e volte a funcionar com normalidade. As informações são do jornal inglês The Times.
A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) afirma, de acordo com a reportagem, que as empresas deverão ser forçadas a não comercializar os assentos do meio nas fileiras de três cadeiras, em uma tentativa de estabelecer uma espécie de distanciamento social, o que reduziria as ofertas de passagem em um terço e pode significar preços ainda mais altos para os passageiros. A Associação de Operadores de Aeroportos (AOA, na sigla em inglês), disse que o fluxo de passageiros não deve retornar o nível que se encontrava antes da crise da Covid-19 até o ano de 2022.
A Iata calcula que, em todo o mundo, as companhias aéreas já sofreram perdas de 314 bilhões de dólares (cerca de 1,6 trilhão de reais) e a Europa foi o continente mais atingido. Em entrevista ao canal americano CNBC, o diretor executivo da American Airlines Doug Parker afirmou que o faturamento da empresa foi 90% menor do que no mesmo período do ano passado.
No Brasil, o número de voos das principais companhias foi reduzido em mais de 90%. Latam e Gol não realizam mais viagens internacionais e operam apenas em trechos entre as principais capitais do país e para manter a cadeia de fornecimento, transportando itens vitais como medicamentos e órgãos. A Azul ainda realiza voos uma vez por semana para os Estados Unidos, mas também reduziu drasticamente a sua ação no território nacional.