A Casa Branca recebeu da China nesta segunda-feira, 30, um carregamento contendo 80 toneladas de materiais médicos, como máscaras, luvas e termômetros, que serão usados na resposta dos Estados Unidos contra a Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus e que já matou 2.599 pessoas e infectou outras 143.055 somente em solo americano. Esta é a primeira de 22 entregas de suprimentos programadas entre os dois países.
O voo vindo de Xangai, na China, trouxe aos americanos 130.000 máscaras tipo N95, 1,8 milhões de máscaras cirúrgicas, 10 milhões de luvas e milhares de termômetros. Os suprimentos serão distribuídos nos estados de Nova York, o atual epicentro da epidemia no país (63.155 casos confirmados), Nova Jersey e Connecticut. Lizzie Litzow, porta-voz da Agência Federal de Gerenciamento de Emergências, informou que as próximas entregas serão em Chicago e em Ohio.
Maior derrota
A resposta à pandemia do novo coronavírus nos Estados Unidos passou por idas e vindas nas mãos dos presidente, Donald Trump. O líder passou da contestação aos governadores que adotaram medidas restritivas, como Andrew Cuomo, de Nova York, com o discurso de que a economia deveria voltar a funcionar até a Páscoa, para o recuo diante do aumento no número de casos da Covid-19 em solo americano. Na segunda-feira 23, os Estados Unidos registravam 44.183 casos, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) americano.
O presidente veio a publico no domingo 29 e estendeu até o dia 30 de abril as medidas para conter o avanço do vírus. “É provável que o pico da epidemia aconteça em duas semanas. Nada seria pior do que declarar vitória antes do momento correto. Essa seria nossa maior derrota. Portanto, nas próximas semanas é muito importante que todos sigam as diretrizes”, disse. “Quanto melhor fizermos isso (a quarentena), mais rápido esse pesadelo irá embora”, completou Trump.
O governo americano também aprovou na sexta-feira 27 um pacote de dois trilhões de dólares, o maior da história do país, com o objetivo de evitar a recessão e garantir meios de sustento para os cidadãos mais vulneráveis ao desemprego e manter o acesso de empresas às linhas de crédito. Cerca de 100 bilhões de dólares serão destinados aos hospitais.
A pandemia do novo coronavírus já atingiu mais de 170 países, infectando 741.000 e matando cerca de 35.000 pessoas, segundo a Universidade Johns Hopkins. No Brasil, foram contabilizadas 4.256 infecções e 136 mortes, a maioria no estado de São Paulo.