O governo interino de Israel aprovou nesta terça-feria, 17, uma série de medidas de emergência que dão aos órgãos de segurança e espionagem maior poder para fiscalizar a imposição de quarentenas e o rastreamento de casos do novo coronavírus no país — mais de 300 israelenses estão contaminados, dentre eles pelo menos 100 foram diagnosticados nas últimas 24 horas.
“Essas ferramentas nos ajudarão a localizar os doentes e a impedir que o vírus se espalhe”, afirmou o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.
Em acordo com as medidas aprovadas, que devem permanecer em vigor apenas pelos próximos 30 dias, os órgãos de segurança e de espionagem fiscalizarão as pessoas em quarentena por meio do rastreamento dos celulares. Segundo o Ministério da Saúde, quase 40.000 pessoas estavam em quarentena em Israel até o sábado 14.
Além disso, por meio do acesso à localização das pessoas, o governo planeja notificar aqueles que tenham entrado em contato com algum paciente confirmado com o novo coronavírus.
A Associação para Direitos Civis em Israel, uma organização sem fins lucrativos, criticou a medida do governo como “um precedente perigoso” à democracia. “Israel é uma democracia e nós devemos manter um equilíbrio entre os direitos civis e as necessidades do povo”, defendeu Netanyahu.
Israel já adotou outras medidas para conter o avanço da epidemia. Além da suspensão das atividades escolares e do fechamento de espaços públicos, o governo impõe quarentena obrigatória a todos as pessoas, mesmo cidadãs, que entraram no país após 11 de março.
Considerados países modelos na contenção do novo coronavírus, Singapura e Taiwan introduziram um sistema semelhante ao isralense para monitorar a localização das pessoas submetidas a quarentena por meio do celular.