Coronavírus: Macron anuncia operação militar para ajudar saúde pública
Em meio à superlotação de hospitais, a França registrou mais de 25.000 casos confirmados da Covid-19 e mais de 1.300 mortes até esta quarta-feira, 25
O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou nesta quarta-feira, 25, que as Forças Armadas da França serão mobilizadas no auxílio ao sistema de saúde pública no combate à epidemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2). O país está entre os mais atingidos da Europa, com mais de 25.000 casos confirmados de contaminação e 1.331 mortes.
“Estamos em guerra e, diante desse pico da epidemia que está diante de nós, decidi criar a Operação Resiliência“, disse Macron em um hospital militar em Mulhouse, que sofre com a superlotação no atendimento aos casos de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
A Operação Resiliência “será inteiramente dedicada à ajuda e ao apoio à população, bem como ao serviço público nas áreas de logística e de proteção”, explicou o presidente. Ele ainda prometeu que, quando a França chegar ao final da epidemia, o governo realizará um “plano de investimento massivo” no sistema público de saúde, envolvendo melhoria nas condições de trabalho dos funcionários da área. Mas não chegou a dar mais detalhes.
Segundo o jornal francês Le Monde, mais de 20% dos 25.233 casos reportados em toda a França estão no Grand Est, onde fica Mulhouse. A região abriga apenas 8% da população francesa. Do outro lado do país, em Angers, o hospital-escola local armazenou aventais cirúrgicos, máscaras e gel antisséptico reformulou as escalas dos profissionais de saúde, com aumento nas jornadas de trabalho. Até terça-feira 24, só três dos 24 leitos de UTI estavam ocupados por pacientes de coronavírus.
O pronunciamento se deu após Jérôme Salomon, funcionário de alto escalão do Ministério da Solidariedade e da Saúde da França, anunciar que o número de mortes causadas pelo novo coronavírus no país saltou em cinco vezes na última semana, para 1.331 nesta quarta-feira. Em 18 de março, a França havia registrado apenas 244 mortes, segundo o Monde.
“Temos uma epidemia nacional que está crescendo rapidamente”, afirmou Salomon, que ressaltou haver uma “grande tensão” na região de Paris, apesar dos “esforços consideráveis para abrir centenas de leitos de reanimação” e dobrar o número de leitos disponíveis.
(Com AFP)