O secretário de Saúde do Reino Unido, Matt Hancock, afirmou nesta terça-feira, 21, que uma “promissora” vacina para o coronavírus vai começar a ser testada em 500 humanos no país ainda nesta semana, na quinta-feira, 23. O governo britânico destinará 42,5 milhões de libras (quase 278 milhões de reais) às duas equipe de cientistas para financiar os testes clínicos – da Universidade Oxford e do London Imperial College – que estariam “progredindo rapidamente”.
Na quinta-feira, a equipe de Oxford sai na frente com os testes, segundo a emissora britânica BBC News. Hancock não informou, em caso de sucesso dos experimentos, a vacina poderia estar pronta para fabricação e comercialização.
“Vamos fazer de tudo para desenvolver uma vacina. É a principal prioridade”, disse Hancock, completando que o Reino Unido “colocou mais dinheiro do que qualquer outro país” para buscar a imunização contra a Covid-19, doença causada pelo coronavírus.
A vacina é a principal maneira de superar a pandemia e salvar vidas. Muitos países buscam o mesmo objetivo, e o secretário de Saúde Matt Hancock espera que o Reino Unido tenha êxito na empreitada.
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O Instituto Jenner, da Universidade de Oxford, começou as pesquisas assim que o código genético do coronavírus ficou disponível em janeiro. A vacina usa uma parte desse código dentro de um vírus inofensivo para “ensinar” o sistema imunológico a combater a doença real sem ter que entrar em contato com o coronavírus verdadeiro.
Segundo a instituição, 500 voluntários devem testar a vacina até meados de maio. Caso os resultados sejam positivos, outros milhares de voluntários passarão por testes.
Enquanto isso, o Departamento de Doenças Infecciosas da London Imperial College London começou a buscar por voluntários nesta terça-feira, 21, anunciando no Twitter que candidatos saudáveis entre 18 e 55 anos receberiam até 625 libras (mais de 4.000 reais) para participar.
Pior do que parece
O Reino Unido é um dos países com mais casos de coronavírus no mundo. Segundo dados do governo, a nação tem 129.044 contágios confirmados e 17.337 mortes, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, Itália, Espanha, França e Alemanha no ranking dos mais atingidos pela pandemia, segundo a Universidade Johns Hopkins. É o quinto país com mais mortes.
Contudo, dados do Instituto Nacional de Estatísticas Britânico – departamento não-ministerial que reporta diretamente para o Parlamento – sugerem que o número de óbitos por Covid-19 seja cerca de 40% maior. Enquanto o governo computa apenas dados de hospitais, o instituto também conta as mortes ocorridas em casas de repouso, que dobraram em menos de um mês.
Caso o cálculo esteja correto, o verdadeiro custo humano para o Reino Unido pode estar acima de 23.000, com base nos dados mais recentes. País passaria a ser o segundo com maior número de óbitos na Europa, depois da Itália. No início deste mês, o instituto de estatística de saúde da Universidade de Washington projetou que os britânicos seriam os mais impactados pelo coronavírus no continente, estimando 66.000 mortes até agosto.
O secretário da Saúde afirmou que os dados do Instituto Nacional de Estatísticas Britânico “não eram uma representação precisa desses números”.