A Espanha e a Alemanha apresentaram nesta segunda-feira, 18, seus planos para a reabertura de fronteiras após meses de bloqueios nacionais para conter o novo coronavírus. O anúncio ocorre enquanto a Europa, dependente do turismo, cria estratégias para permitir viagens em meio à pandemia. A Espanha pretende reabrir as fronteiras no final de junho. Já a Alemanha, que teve mais sucesso em conter as infecções pela Covid-19, deve permitir entrada e saída de turistas duas semanas antes, no dia 15 de junho.
Na semana passada, Madri impôs uma quarentena obrigatória de duas semanas a todos os viajantes estrangeiros e disse que manteria as fronteiras fechadas até que viajar dentro da própria Espanha fosse permitido. Nesta segunda-feira, quando o país registrou um número de mortes por coronavírus abaixo de 100 pelo segundo dia consecutivo, o ministro dos Transportes, Jose Luis Abalos, disse que o turismo seria retomado em junho, quando começam as férias de verão na Europa.
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Clique e Assine“Não podemos permitir a entrada de estrangeiros enquanto a população espanhola está confinada”, disse Abalos. “A partir do final de junho, iniciaremos a atividade turística. Precisamos fazer da Espanha um país atraente do ponto de vista da saúde.” A nação registra 27.709 mortos pela Covid-19 e 231.606 casos de coronavírus.
O turismo representa mais de 12% da produção econômica da Espanha. Mesmo com a reabertura de fronteiras no final de junho, a receita do setor cairá entre 93 bilhões (623,2 bilhões de reais) e 124 bilhões de euros (772,7 bilhões de reais), estima o grupo de lobby Exceltur.
A Espanha está lentamente suspendendo um bloqueio rígido, em que a população não podia sair de casa nem para se exercitar, imposto em meados de março. Restaurantes e bares estão reabrindo gradualmente, mas os clientes ainda são escassos. A pandemia deve causar um encolhimento de 9,5% e 12,4% na economia neste ano, segundo o governador do Banco da Espanha, Pablo Hernandez de Cos. O país espera que ressuscitar a indústria do turismo colabore com a recuperação.
Já na Alemanha, o ministro de Relações Exteriores, Heiko Maas, foi mais assertivo ao declarar que o país fará todo o possível para permitir viagens ao exterior a partir do dia 15 de junho. Mas disse que vai se articular com dez outros países do velho continente – os destinos preferidos dos alemães – para chegar a um plano conjunto que permita as férias durante o verão europeu.
“Está claro que não se pode contar com um retorno rápido aos negócios”, advertiu o ministro, que destacou que o turismo também depende das restrições que permanecem em cada um desses países e do risco de infecção. Mas listou a Itália e a Espanha como países que precisariam de condições especiais para receber turistas alemães por terem sido atingidos de maneira mais dura pela pandemia. A Alemanha foi um dos países que teve mais sucesso no combate ao coronavírus, com 176.551 casos confirmados, mas apenas 8.000 mortes.
Na Alemanha, a indústria do turismo contribui com 4,5% do Produto Interno Bruto do país e emprega cerca de 2 milhões de alemães (4,8% do emprego total).
Um projeto da União Europeia, apresentado na quarta-feira 13, para resgatar o setor do turismo deve permitir a reabertura de fronteiras entre países com perfis de risco de coronavírus similares. O grupo pretende estabelecer “corredores turísticos”, ou seja, acordos multilaterais de abertura de fronteiras entre estados membros para tentar resgatar a indústria que é responsável por 10% da economia do bloco e emprega 12% de todos os seus trabalhadores registrados.
Caso a União Europeia não consiga chegar a um acordo conjunto, diversas nações – como Alemanha, Espanha, Reino Unido, França e Grécia – já anunciaram que vão negociar acordos próprios.
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