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Covid-19: Argentina bane venda de passagem de voos comerciais até setembro

Com 4.000 casos e 200 mortes, o governo federal estendeu as medidas de isolamento social, iniciadas em meados de março, para até 10 de maio

Por Da Redação
Atualizado em 28 abr 2020, 13h11 - Publicado em 28 abr 2020, 12h52

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, decretou nesta segunda-feira 27 a proibição de todas as vendas de passagens aéreas comerciais até 1º setembro como medida para conter a pandemia da Covid-19. O país, que conta com 4.000 enfermos e cerca de 200 mortes, está sob isolamento social desde 20 de março e permanecerá assim até, pelo menos, 10 de maio. O governo peronista, porém, estuda a ampliação desse período de restrições no país.

“O problema era que as companhias aéreas estavam vendendo passagens sem autorização para viajar para solo argentino”, justificou um porta-voz da presidência.

Desde 15 de março, a fronteira argentina está fechada para viajantes que não sejam residentes no país. Segundo o porta-voz, o governo se concentra em repatriar os argentinos que estão no exterior de maneira “ordenada”.

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O decreto presidencial desta segunda não explica o porquê da proibição, que envolve também os voos domésticos, ser estendida até 1º de setembro. Nenhum país que tomou medida semelhante em relação aos voos comerciais estendeu a proibição por tanto tempo.

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O governo da Colômbia, por exemplo, proibiu apenas a chegada de voos internacionais por 30 dias entre março e abril. No Peru, a suspensão, que também durou 30 dias entre março e abril, afetou apenas voos com rotas que envolvessem a Europa ou a Ásia.

A Associação Internacional de Transporte Aéreo, uma entidade composta por cerca de 300 companhias aéreas, afirma que a medida do governo Fernández viola acordos internacionais e pode resultar na perda de mais de 300.000 empregos no setor.

Embora o porta-voz da Presidência argentina afirmasse que a decisão do governo resultou de um “consenso com o setor aéreo”, a Associação de Transporte Aéreo do Caribe e outros grupos representantes de companhias aéreas divulgaram um comunicado em repúdio à proibição. A medida “não foi acordada com a indústria e contraria os esforços de todos os atores do setor”, disseram os grupos no comunicado.

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Segundo estimativa da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, a Argentina é apenas o sexto país sulamericano mais atingido pela pandemia da Covid-19 em número de casos — estando atrás da Colômbia, do Chile, do Equador, do Peru e do Brasil.

O jornal argentino La Nación afirmou que cerca de 1.140 pacientes no país já conseguiram se recuperar da doença. O número de novos casos da Covid-19 por semana no país, porém, estão em ascensão desde 12 de abril. Segundo o periódico, entre 19 e 25 de abril, foram reportados 941 enfermos — um crescimento de 35% em relação à semana anterior.

Isolamento social

A Argentina está sob isolamento social desde 20 de março. As restrições permanecerão em vigor até 10 de maio, segundo anúncio do governo deste sábado 25.

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Os argentinos podem sair de suas casas para comprar bens básicos, como alimentos e remédios — que são controlados pelas forças de segurança. Alguns trabalhadores de setores essenciais também podem se deslocar.

Quem descumpre as regras pode ser detido por “delito contra a saúde pública”. “Vamos ser absolutamente inflexíveis”, disse Fernández em março.

O empresário de 62 anos Roberto Daniel Dutra foi condenado a prisão domiciliar e a uma multa de 1 milhão de pesos argentinos (83.000 reais) após ter desrespeitado as medidas de isolamento social 14 vezes, reportou o La Nación.

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(Com Reuters)

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