Covid-19: Casa Branca rejeita guia de reabertura por ser ‘cheio de regras’
Cartilha elaborada pelos Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) traz recomendações para escolas, restaurantes, comércio e igrejas
O governo de Donald Trump rejeitou o guia de recomendações elaborado pelos Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) para a gradual reabertura do comércio, escolas e igrejas por considerá-lo “muito cheio de regras”. A adoção das orientações, na visão da Casa Branca, poderia atrasar retomada das atividades econômicas nos Estados Unidos, planejada por Trump para o início de junho.
A ordem de Washington ao CDC, a principal agência de saúde pública dos Estados Unidos, foi refazer a cartilha. Segundo o jornal The New York Times, que obteve uma cópia, o rascunho do guia foi apresentado há duas semanas à Casa Branca como meio de permitir a reabertura da economia com menor risco de novos surtos de Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. Várias agências do governo, entre elas o Departamento do Trabalho e o Escritório de Direitos Civis, resistiram às recomendações por considerá-las prejudiciais aos negócios e até mesmo a igrejas.
O documento traz minuciosas e repetitivas recomendações para três fases de reabertura de escolas e creches, restaurantes e bares, comércio e igrejas. De maneira enfática, prescreve a preservação do distanciamento de pelo menos 1,8 metro entre as pessoas, a manutenção da higiene, desinfecção e ventilação dos locais e o cuidado com empregados mais vulneráveis e com os diagnosticados com a Covid-19. Nas escolas, por exemplo, orienta a preservação das mesmas equipes de alunos e professores/instrutores, sem mudanças, e a suspensão de viagens e acampamentos.
Para restaurantes, na terceira e última fase, ainda aconselha manter a entrega de comida a domicílio e o serviço no espaço exterior do estabelecimento. Instrui para evitar o self-service e para que barreiras físicas o operador da caixa registradora, do bar e da recepcão. No caso das igrejas, para essa fase, orienta a preservação da distância entre as pessoas e sugere a transmissão das cerimônias por vídeo aos mais vulneráveis.