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Covid-19: Casos diários crescem 60% no Chile, e Santiago entra em lockdown

Registro de 2.660 novas contaminações em apenas 24h assusta autoridades, que prometem não haver colapso nos hospitais se a população seguir as regras

Por Da Redação
Atualizado em 13 Maio 2020, 17h06 - Publicado em 13 Maio 2020, 16h26
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  • O Chile anunciou nesta quarta-feira, 13, que fará um lockdown, ou bloqueio total, da grande Santiago para conter a propagação do coronavírus. Após alguns dias de casos controlados, a capital chilena experienciou um ressurgimento acentuado de contaminações, com aumento de 60% em apenas 24h.

    O ministro da Saúde, Jaime Manalich, disse que essa “medida extraordinária e difícil” entrará em vigor na sexta-feira, 15, para reduzir a taxa de contágio. Ele também anunciou uma quarentena nacional para todas as pessoas com mais de 75 anos.

    “A batalha por Santiago é a batalha crucial na guerra contra o coronavírus”, disse Manalich.

    Santiago tem uma população de aproximadamente 6,5 milhões de pessoas. A quarentena total lá e nas cidades vizinhas ocorre em meio ao ressurgimento de casos nas áreas mais ricas do leste da cidade, onde o vírus foi identificado pela primeira vez entre as pessoas que retornavam de viagens à Itália e à Ásia.

    Os novos casos haviam se estabilizado em cerca de 500 por dia no final de abril. As autoridades já haviam indicado que o país teria ultrapassado o pico de contágio, podendo regressar gradualmente à normalidade. Mas desde o início de maio os novos casos diários estão acima de 1.000.

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    “O mês de maio está se mostrando muito difícil para o nosso país”, afirmou Manalich, após 2.660 novos casos do vírus e 12 mortos terem sido registrados no país em um único dia. Este é o maior pico em novos casos diários desde que o primeiro contágio foi detectado no país, em 3 de março.

    O ministro pediu aos cidadãos por união e para tomarem as restrições a sério. Os chilenos devem denunciar pessoas que saiam às ruas sem máscaras ou desrespeitem as regras de distanciamento social.

    Até agora, houve 34.381 infecções e 347 óbitos no Chile, o que torna o país o quarto mais atingido pela Covid-19 na América Latina, depois apenas do Peru, Panamá e Equador, segundo o critério de casos por 100.000 habitantes. Dos casos confirmados, 14.865 vítimas da Covid-19, doença causada pelo coronavírus, se recuperaram. Cerca de 313.750 pessoas foram testadas dentre a população de 18 milhões.

    Questionado sobre as alegações de que alguns hospitais públicos estavam perto do colapso – segundo especialistas, o sistema de saúde atingiu 85% de sua capacidade –, o ministro da Saúde insistiu que os pacientes e os recursos médicos já foram transferidos para evitar sobrecargas em várias unidades.

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    “Não precisamos ter medo de um colapso se as restrições forem respeitadas”, disse Manalich. “Precisamos do comprometimento de todos os cidadãos para entender o que está em jogo e respeitar todas as medidas, para que não enfrentemos um colapso no sistema de saúde devido a um aumento vertiginoso de casos”.

    Ao contrário de outros países da América do Sul com menos casos, como Argentina e Paraguai, o governo chileno rejeitou desde o início o decreto de confinamento nacional e o fechamento completo da economia e optou por “quarentenas seletivas e estratégicas”, com restrições impostas de acordo com novas infecções.

    É a primeira vez desde o início da pandemia no Chile que a chamada “Grande Santiago”, composta por 32 comunas (bairros), entra em quarentena ao mesmo tempo. O Chile está em estado de emergência, com toque de recolher a partir das 22:00 (hora local), desde meados de março, com escolas, universidades e fronteiras fechadas, assim como a maioria das empresas não-básicas.

    (Com EFE e Reuters)

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