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Covid-19: isolamento evitou 3 milhões de mortes, diz estudo britânico

Pesquisa da Imperial College London afirma que suspender bloqueios é arriscado; Universidade da Califórnia estima que restrições impediram 530 mi casos

Por Da Redação
Atualizado em 4 jun 2024, 14h19 - Publicado em 8 jun 2020, 20h11
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  • Dois estudos publicados nesta segunda-feira, 8, concluíram que bloqueios nacionais impostos ao redor do mundo para conter a propagação do coronavírus salvaram milhões de vidas e suspendê-los pode ser arriscado. De acordo com o estudo da Imperial College London, 3,1 milhões de mortes foram evitadas com as restrições, enquanto uma pesquisa da Universidade da Califórnia estima que mais de 530 milhões de casos foram evitados ou atrasados.

    “O risco de uma segunda onda da pandemia, se todas as intervenções e todas as precauções forem abandonadas, é muito real”, disse Samir Bhatt, um dos pesquisadores do Imperial College London.

    À medida que caiu a quantidade diária de novos casos da Covid-19, doença causada pelo coronavírus, a Europa começou a diminuir restrições para reduzir o impacto econômico de seus bloqueios. Também nos Estados Unidos todas as unidades federativas já iniciaram os processos de “desconfinamento”.

    O estudo da universidade britânica, publicado na conceituada revista científica Nature, analisou o impacto dos diversos graus de distanciamento social em 11 países europeus e descobriu que eles tiveram “um efeito substancial” na diminuição do valor R, a taxa de contágio.

    Diversas nações que impuseram bloqueios conseguiram manter o valor abaixo de um no início de maio. O valor R calcula a média de pessoas para quem uma pessoa infectada transmitirá a doença. Um valor de R acima de 1 pode levar a um crescimento exponencial.

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    “Qualquer afirmação de que tudo isso acabou, de que atingimos o limiar de imunidade do rebanho, pode ser firmemente rejeitada”, disse Bhatt. “Estamos apenas no começo desta pandemia.”

    Os pesquisadores da Imperial College London estimaram que, até o início de maio, entre 12 e 15 milhões de pessoas na Áustria, Bélgica, Reino Unido, Dinamarca, França, Alemanha, Itália, Noruega, Espanha, Suécia e Suíça – cerca de 4% da população combinada – haviam sido infectadas pelo novo coronavírus.

    Por meio da comparação entre o número de mortes registradas o previsto pelo modelo, o estudo descobriu que cerca de 3,1 milhões de mortes foram evitadas pelas medidas de bloqueio.

    Um segundo estudo de cientistas dos Estados Unidos, também publicado na Nature, estimou que lockdowns na China, Coréia do Sul, Itália, Irã, França e Estados Unidos impediram ou atrasaram cerca de 530 milhões de casos de coronavírus. Atualmente, mais de 7 milhões de casos e mais de 400.000 mortes foram registrados ao redor do mundo, segundo levantamento em tempo real da Universidade Johns Hopkins.

    Focando nesses seis países, os pesquisadores americanos compararam a velocidade de contágio entre a população antes e depois da implementação de mais de 1.700 restrições locais, regionais e nacionais para impedir a propagação da Covid-19.

    Segundo o estudo, sem políticas anticontágio, as taxas de infecção precoce pelo coronavírus aumentariam 68% por dia no Irã e cerca de 38% por dia nos outros cinco países.

    “Sem essas políticas, os meses de abril e maio teriam sido muito diferentes”, disse Solomon Hsiang, um dos autores do estudo da Universidade da Califórnia, em Berkeley.

    (Com Reuters)

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