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Covid-19: premiê da Nova Zelândia corta próprio salário em solidariedade

Ao lado de líderes da Alemanha e Taiwan, Jacinda Ardern tem sido apontada como uma das chefes de Estado mais responsáveis no combate à pandemia

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 abr 2020, 16h00 - Publicado em 15 abr 2020, 15h48
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  • A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, e outros ministros de seu gabinete decidiram adotar um corte de 20% em seus próprios salários durante os próximos 6 meses como forma de mostrar solidariedade aos cidadãos que foram atingidos pela pandemia de coronavírus.

    A premiê afirmou que acredita ser importante que os políticos mais bem pagos do governo demonstrem “liderança e solidariedade” com os trabalhadores que combatem a Covid-19 na linha de frente e com os que perderam seus meios de subsistência por conta da crise. O corte reduzirá o salário anual de Ardern, que é de 459.739 dólares neozelandeses (aproximadamente 1,4 milhões de reais), em mais de 45.000 dólares neozelandeses (141.000 reais).

    Os salários dos ministros serão reduzidos em 26.900 dólares (84.600 reais) cada, enquanto o salário do vice-primeiro ministro Winston Peters será reduzido em 33.473 dólares neozelandeses (105.300 reais).

    Ardern garantiu que o corte não influenciará o orçamento geral do governo. “Chegou o momento de diminuir a diferença entre diferentes grupos na Nova Zelândia”, disse.

    O país tem 1.386 casos confirmados de coronavírus e 9 mortes. O governo declarou quarentena em todo o território nacional e as pessoas só podem deixar suas casas para serviços essenciais, como ir a hospitais, farmácias e supermercados.

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    Premiê progressista

    Ao lado da chanceler alemã Angela Merkel e da presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, Jacinda Ardern tem sido apontada como uma das líderes mais responsáveis no combate à pandemia de Covid-19. Aos 39 anos, a premiê progressista está em seu primeiro mandato após ser eleita em 2017.

    Uma das medidas mais importantes tomadas pela primeira-ministra é a imposição de ciclos de isolamento social completo. Além disso, as fronteiras da Nova Zelândia estão fechadas desde o dia 19 de março (antes, por exemplo, de os Estados Unidos anunciarem uma possível restrição das viagens entre o país e o México).

    Em vez de trabalhar para achatar a curva de disseminação do vírus, como têm feito Brasil, China, Estados Unidos etc., a abordagem de Andern foi de tentar acabar com a curva de uma vez. O resultado tem sido tão positivo que o governo anunciou um afrouxamento das medidas de segurança durante o feriado da Páscoa.

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    A premiê já havia ganhado atenção internacional ao se tornar a pessoa mais jovem a comandar o arquipélago desde 1856 e tratar de temas como machismo e desigualdade de gênero durante sua campanha ao Parlamento. Em uma de suas primeiras entrevistas após ser eleita, a política não teve constrangimentos em responder se desejava ter filhos e se o seu novo cargo atrapalhava os planos familiares. “Não tenho problemas em responder isto. Tenho sido muito aberta ao discutir este dilema que muitas mulheres enfrentam”, afirmou.

    Pouco mais de dois meses após assumir a liderança, Ardern anunciou que estava grávida e em junho de 2018 deu à luz a uma menina. Quando a pequena Neve Te Aroha Ardern Gayford tinha apenas 3 meses, a premiê causou frisson na arena política ao levar sua filha ao prédio da Organização das Nações Unidas, em Nova York, para a Assembleia-Geral.

    A neozelandesa também já havia feito história ao aprovar a descriminalização do aborto no país. Apesar de ter reputação progressista, a Nova Zelândia mantinha até março deste ano uma lei que punia as mulheres que interrompessem sua gravidez.

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