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Cristina Kirchner enfrenta novo julgamento na Argentina em meio a crise do peronismo

Ex-presidente argentina é acusada de corrupção por suposto esquema de propinas em licitações públicas, no maior processo do tipo já visto na história do país

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 6 nov 2025, 11h20

Começa nesta quinta-feira, 6, um megajulgamento que pode implicar a ex-presidente argentina Cristina Kirchner em mais um esquema de corrupção, enquanto ela já cumpre seis anos de prisão domiciliar, o que deixou seu partido, o Força Pátria, sem liderança clara e os peronistas imersos numa crise profunda.

Segundo a promotoria, este é o maior caso de corrupção da história do país. Kirchner, que dominou a política argentina entre 2003 e 2015 como primeira-dama e depois como presidente, é acusada de liderar uma associação ilícita que, durante esse período, ganhou propina de empresas acusadas de serem favorecidas em processos de licitação pública. Um total de 87 pessoas foram indiciadas, incluindo, além dela, quase duas dezenas de ex-funcionários do governo e 65 empresários.

“Esta é a investigação de corrupção mais extensa já realizada na história judicial argentina”, afirmou a procuradora Estela León em um relatório divulgado em outubro.

A líder peronista de 72 anos está em prisão domiciliar, impedida de ocupar cargos públicos, desde junho, quando a Suprema Corte confirmou uma sentença de seis anos devido a outro caso de fraude administrativa relacionado à concessão de contratos de obras públicas na província de Santa Cruz, no sul do país, antigo reduto político da ex-presidente.

Ela cumpre pena com tornozeleira eletrônica em seu apartamento no centro de Buenos Aires. Lá, transformou a varanda em palanque, recebe políticos aliados, e publica críticas às políticas neoliberais do presidente Javier Milei nas redes sociais.

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Se considerada culpada neste novo julgamento, ela pode enfrentar penas máximas de seis a dez anos de prisão, dependendo do crime.

O que diz a defesa

Kirchner, que nega todas as acusações, afirma que os processos contra ela fazem parte de uma perseguição política e judicial orquestrada pela direita, particularmente por seu sucessor, Mauricio Macri (2015-2019).

O julgamento do chamado “caso dos cadernos” baseia-se em uma série de anotações em cadernetas feitas, supostamente, por um motorista do Ministério do Planejamento ao longo de anos, que registrava as rotas das propinas, nomes de funcionários e empresários, e as supostas quantias de dinheiro que transportava.

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A defesa de Kirchner argumenta que as anotações nesses cadernos foram alteradas mais de 1.500 vezes, com mudanças em nomes, datas e endereços. Seu advogado, Gregorio Dalbón, descreveu recentemente o caso como “a maior vergonha judicial que a democracia já viu” e afirmou que a sentença de Kirchner “já está escrita”.

Embora o processo não especifique um valor total, a imprensa argentina, incluindo o jornal La Nación, e alguns pesquisadores estimam que as transações envolvam dezenas de milhões de dólares.

A maioria das audiências será realizada semanalmente por videoconferência, e o julgamento deve durar pelo menos dois anos.

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Crise do peronismo

Cristina Kirchner foi presidente da Argentina por dois mandatos, de 2007 a 2015, e foi vice-presidente durante o governo de Alberto Fernández, de 2019 a 2023. Amada por seus apoiadores e detestada pelos rivais, continua como líder do peronismo apesar de ter sido declarada inelegível.

O início do julgamento coincide com um momento de crise para o histórico movimento nacionalista e industrialista, cuja ala de centro-esquerda é conhecida como kirchnerismo. A retumbante derrota da Força Pátria, a coalizão peronista, para o pequeno partido de Milei nas eleições legislativas e locais do último 26 de outubro refletiu o declínio de seu poder na Argentina, mesmo após dois anos de políticas duríssimas de austeridade fiscal sob a mão do autodenominado “anarcocapitalista”.

Kirchner comprou briga com o ex-presidente Fernández, criticando-o pela crise econômica que levou à vitória de Milei em 2023, e também entra frequentemente em conflito com Axel Kicillof, governador da província de Buenos Aires, visto como um possível sucessor da ex-presidente na liderança do peronismo — a quem ela acusou de “falhar na estratégia eleitoral”. Sem rosto claro à frente do bloco, a oposição vem falhando em fazer frente ao atual governo.

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