Antes mesmo de ter início a posse do presidente Argentino eleito, Javier Milei, a cerimônia já contou com uma cena polêmica. O episódio foi protagonizado pela vice-presidente Cristina Kirchner, encarregada de recepcionar o novo mandatário da Casa Rosada em sua chegada ao Congresso Nacional – onde fará um breve juramento diante dos parlamentares e, na sequência, receberá a faixa e o bastão presidenciais das mãos do atual presidente Alberto Fernández.
Vestida de vermelho, cor normalmente associada aos partidos políticos de esquerda, Cristina Kirchener foi vaiada em sua chegada à sede do Congresso, em Buenos Aires. Enquanto a multidão aglomerada em frente ao prédio externava seu repúdio à atual vice-presidente do país, ela se irritou e respondeu erguendo a mão com um gesto obsceno. A política mostrou o dedo do meio aos apoiadores do líder ultradireitista.
Bem diferente do que aconteceu em 2015, quando deixou o poder após oito anos de governo, Cristina Kirchner não só aceitou como terá papel de destaque na posse do novo governo. Há oito anos, ela se recusou a estar presente na cerimônia em que seu sucessor, Mauricio Macri, assumiu o poder. O novo presidente argentino, do partido La Libertad Avanza, foi eleito em segundo turno, com 55,7% dos votos, em 19 de novembro. Ele venceu Sergio Massa (Unión por la Patria) com apenas uma diferença de 3 milhões de votos.
A cerimônia de posse do novo ocupante da Casa Rosada reunirá neste domingo 120 delegações internacionais. O presidente Lula optou por não ir e será representado pelo chanceler Mauro Vieira, Ministro das Relações Internacionais. Bolsonaro, por sua vez, chegou à Argentina com uma delegação de 50 pessoas, entre políticos e apoiadores.