Logo depois da confirmação pelo Exército de Cuba da morte de cinco generais que lutaram na revolução liderada por Fidel Castro na década de 1950 nos últimos dias, a morte do sexto militar da mesma patente nesta quinta-feira, 29, gerou uma nova onda de alertas e dúvidas dentro da comunidade internacional.
Segundo documento do Ministério das Forças Armadas Revolucionárias, o “combatente” Gilberto Antonio Cardero Sánchez é o sexo militar que morre em duas semanas, após as mortes de Agustín Peña (59 anos), membro do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba, e Marcelo Verdecia (80 anos), que escoltou Fidel durante a luta na região de Sierra Maestra. Também morreram Ruben Martínez Puente, Manuel Lastres e Armando Choy.
A causa das mortes não foi divulgada. Existem várias especulações no momento, como a não defesa do regime contra a onda de manifestações das últimas semanas, em meio a uma mudança geracional dentro do comando do país, com a vanguarda revolucionária passando o bastão para uma nova geração.
Aos gritos de “liberdade” e pedindo a renúncia do presidente Miguel Díaz-Canel, milhares de pessoas foram às ruas em diferentes cidades de Cuba, entre elas Havana, para protestar contra o governo no domingo 11. Na capital, as manifestações pacíficas foram interceptadas por forças da segurança e apoiadores do governo, ocasionando confrontos violentos e prisões.
Foi a primeira vez que um grande grupo de cubanos saiu às ruas de Havana para protestar contra o governo desde o famoso “Maleconazo” de 1994, no meio da crise econômica do chamado “Período Especial”.
Com a Covid-19 crescendo na ilha e o número médio de novos casos diários em Cuba perto de 8.000, quase oito vezes maior do que no início de julho, especialistas também levantaram temores de que a pandemia possa ser a responsável.
Na quarta-feira, 28, o governo cubano informou um novo recorde diário de casos positivos de Covid-19 com 9.323 infectados nas últimas 24 horas, elevando o número de pessoas afetadas desde março de 2020 para 358.378.
Cuba espera ter 70% de seus 11,2 milhões de habitantes vacinados até o final de agosto.
Mortes
Ruben Martínez Puente, 79, ex-chefe da Força Aérea cubana que foi indiciado em Miami em 2003, mas nunca foi julgado pelo incidente ocorrido sete anos antes, no qual dois pilotos e dois outros passageiros foram mortos quando um jato militar cubano abateu seus aviões Cessna em águas internacionais. Ele morreu em 24 de julho, segundo um memorando das Forças Armadas Revolucionárias de Cuba.
Agustín Pena, por sua vez, morreu em 17 de julho. O jornal Granma, ligado ao partido comunista, publicou fotos de seu funeral e citou um tweet do líder cubano Miguel Díaz-Canel dizendo que a morte era uma “triste notícia”.
Marcelo Verdecia, general de brigada reformado e ex-guarda-costas de Castro, morreu em 20 de julh0. O general brigadeiro aposentado Eduardo Lastres Pacheco morreu na última segunda-feira.
Na terça-feira, o Twitter da universidade de Las Villas informou a morte do brigadeiro aposentado Armando Choy Rodriguez.