Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99
Continua após publicidade

Cuba tem US$ 17,3 milhões em parcelas atrasadas com o BNDES

Boa parte da dívida total de 597 milhões de dólares de Havana com o banco estatal está relacionada à modernização do Porto de Mariel

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jul 2020, 20h10 - Publicado em 13 set 2018, 18h30
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Cuba atrasa desde julho passado o pagamento de 17,3 milhões de dólares (72,6 milhões de reais) ao BNDES, relativos a parcelas mensais de sua dívida. Esse valor está relacionado ao financiamento subsidiado do governo brasileiro para as obras do Porto de Mariel, conduzidas pela empreiteira Odebrecht, e ao embarque de outros produtos e serviços.

    No total, o governo brasileiro financiou cerca de 880 milhões de dólares (3,7 bilhões de reais) em exportações de 33 empresas brasileiras para Cuba desde 1998. O saldo devedor atual de Havana com o BNDES alcança 597 milhões de dólares (2,5 bilhões de reais).

     

    Desde maio passado, porém, Havana decidiu postergar e dividir o pagamento de suas parcelas mensais para o BNDES. O banco estatal afirma que essa decisão não foi negociada com sua diretoria. Porém, tem sido acatada.

    Apesar dos atrasos na quitação dos 17,3 milhões de dólares pendentes, o BNDES ainda não considera Cuba inadimplente, e o caso não vem sendo tratado como calote. Juros e mora estão sendo acrescidos ao total da dívida e, consequentemente, às parcelas mensais devidas.

    Por causa dessa avaliação do BNDES, o FGE (Fundo de Garantia à Exportação) ainda não foi acionado. O banco somente acionará esse seguro de crédito depois de 180 dias de atraso nos pagamentos. Segundo o banco estatal, Cuba vem apresentando atrasos pontuais em seus pagamentos durante os 20 anos de financiamentos, “oriundos de problemas operacionais e climáticos e não exclusivos a financiamentos do BNDES”.

    Em maio passado, Cuba atrasou o pagamento da parcela de 6,6 milhões de dólares (27,7 milhões de reais). Esse débito acabou pago em duas fatias, em junho e em julho, com atrasos de 50 e 60 dias.

    Continua após a publicidade

    Segundo o BNDES, a parcela de junho – 10 milhões de dólares ou 41,9 milhões de reais – vem sendo quitadas do mesmo modo. Foram dois pagamentos, no valor total de 4 milhões de dólares (16,8 milhões de reais). O último depósito feito pelo governo cubano foi registrado em 6 de setembro. As parcelas de julho e agosto ainda estão começaram a ser quitadas.

    Do total de 880 milhões de dólares financiados pelo governo brasileiro em Cuba, o BNDES já recebeu cerca de 490 milhões de dólares (2,06 bilhões de reais) em pagamentos, incluindo principal e juros.

    Novela de Mariel

    Boa parte da dívida do governo cubano com o BNDES – e das parcelas agora em atraso – está vinculada ao financiamento das obras de modernização do principal porto cubano, a cerca de 40 quilômetros da capital.

    Como o BNDES não financia diretamente outros países, o meio utilizado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para beneficiar Cuba e a empreiteira Odebrecht, escolhida para tocar as obras de Mariel, foi o financiamento das exportações brasileiras de máquinas, equipamentos, insumos e serviços para esse projeto.

    Continua após a publicidade

    No total, o BNDES destinou 2,23 bilhões de reais para a obra. A primeira fase da modernização do porto foi inaugurada no início de 2014, em cerimônia conduzida pelos então presidentes Raúl Castro, de Cuba, e Dilma Rousseff, do Brasil.

    No início desta década, a aproximação entre Havana e Washington trazia expectativa de fim do embargo americano à ilha e de maiores níveis de comércio bilateral e, consequentemente, das trocas de bens de Cuba e outros países. O cenário mudou, porém, desde a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 9,98 por revista)

    a partir de 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.