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Defesa de ‘El Chapo’ pedirá anulação de julgamento a cortes internacionais

Na terça, o narcotraficante foi considerado culpado por 10 crimes pela corte de Nova York; segundo seus advogados, o processo foi "ilegal"

Por Da Redação
Atualizado em 13 fev 2019, 11h41 - Publicado em 13 fev 2019, 11h40

Os advogados mexicanos do narcotraficante mexicano Joaquín “El Chapo” Guzmán anunciaram na noite de terça-feira, 12, que pedirão a anulação de seu julgamento em Nova York a cortes internacionais. Eles alegam que o processo, que pode sentenciar o traficante à prisão perpétua, foi “ilegal.”

Na tarde de ontem, ao final de três meses de julgamento, o Tribunal Federal Distrital do Brooklin condenou o líder do cartel de Sinaloa por dez crimes. A pena será anunciada no próximo dia 25. Líder de um das mais poderosos e brutais cartéis do México, El Chapo foi considerado culpado por condução de organização criminosa, conspiração para camuflar narcóticos, distribuição internacional de cocaína, de heroína, de maconha e de outras drogas e pelo uso de armas de fogo.

Em entrevista coletiva na Cidade do México, Juan Pablo Badillo e José Luis González alegaram que a transferência do traficante para Nova York em 2017 aconteceu fora dos limites da lei, uma vez que a extradição do mexicano, preso em seu país natal em 2016, só foi autorizada para cortes dos estados da Califórnia e do Texas.

“Consequentemente, todos os atos judiciais da corte de Nova York não tem valor legal, porque não tem respaldo em sua origem”, afirmou Badillo, que disse não ter deixado de representar o narcotraficante mesmo depois de sua extradição.

O advogado sustentou que o traficante “foi entregue de forma ilegal a Nova York e confinado em uma prisão de segurança máxima em privação ilegal da sua liberdade e sob um regime de tortura física e psíquica, em condições de sequestro”.

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Ele indicou que recorrerá a Corte Internacional de Justiça da Haia e a Corte Interamericana dos Direitos Humanos para denunciar os supostos abusos, além de expor a situação ao Alto Comissariado de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas e à Anistia Internacional.

Em sua fala, o outro advogado de El Chapo, José Luis González, afirmou que a dupla pedirá “vistos humanitários” na embaixada americana no México, para que os familiares do traficante possam encontrá-lo. Desde que foi extraditado, ele teria recebido apenas uma visita, da irmã.

González também anunciou que eles apresentarão uma denúncia no Ministério Público do México contra o ex-chanceler do país, Luis Videgaray, e o ex-secretário de governo, Miguel Ángel Osorio, por terem extraditado El Chapo aos EUA enquanto quatro recursos ainda tramitavam na justiça local.

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Ambos advogados disseram ainda que viajarão em breve a Nova York para se reunir com o traficante e falar sobre sua situação jurídica. El Chapo foi extraditado aos Estados Unidos em 20 de janeiro de 2017 depois de ter escapado de uma prisão mexicana de segurança máxima em 2014. Aos 61 anos, ele acumulou uma fortuna estimada em 14 bilhões de dólares com os crimes do cartel de Sinaloa.

O mexicano ainda será submetido a audiências em outros seis distritos judiciais americanos. Os testemunhos e evidências recolhidas pela promotoria trouxeram à tona assassinatos e torturas brutais, esquemas de corrupção, queima de corpos de vítimas em fogueiras, ataques com bazucas e até mesmo o estupro de jovens previamente drogadas pelo próprio El Chapo, que costumava ter seu monograma impresso em fuzis AK-47 e portava pistolas incrustadas de diamantes. 

(com Agência Efe) 

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