Depois de cisão na família real, príncipe Harry visita rei Charles pela primeira vez em um ano
Pai e filho não se viam há 17 meses; Autobiografia bombástica em que Duque de Sussex expôs segredos e picuinhas da monarquia caiu muito mal no Palácio

O príncipe Harry se encontrou com seu pai, o rei Charles III, em Londres nesta quarta-feira, 10, no que pode ser o primeiro passo para reparar a ruptura que abalou a família real desde que ele e a esposa, Meghan Markle, se afastaram de funções oficiais e se mudaram para os Estados Unidos em 2020, aprofundada por sucessivas denúncias contra o Palácio de Buckingham partindo do casal.
O Palácio de Buckingham confirmou que o Charles tomou um chá privado com seu filho, o Duque de Sussex, durante uma visita à residência oficial do monarca na capital britânica, Clarence House. O encontro durou cerca de 50 minutos. Depois, falando com repórteres, Harry disse sobre o pai: “Sim (nos encontramos). Ele está ótimo”.
Harry está no Reino Unido para uma visita de quatro dias, com agenda voltada a compromissos beneficentes e atividades filantrópicas. Durante a passagem, o príncipe também prestou homenagem à avó, a rainha Elizabeth II, no terceiro aniversário de sua morte, depositando flores na Capela de São Jorge, em Windsor.
A visita a Charles ocorreu após rumores crescentes de que havia esforços nos bastidores para resolver a cisão familiar. Representantes do príncipe Harry e do Palácio de Buckingham foram fotografados juntos em uma reunião em Londres, em julho, gerando manchetes sobre a expectativa de uma “cúpula da paz”. Não há indicação, porém, de que Harry tenha se encontrado com seu irmão mais velho, o príncipe William, de quem permanece afastado.
Faz mais de 17 meses que pai e filho não mantinham contato presencial, desde que o rei comunicou que estava com um câncer (o local do corpo nunca foi divulgado). A última vez em que eles estiveram juntos foi logo após o diagnóstico, quando Harry viajou ao Reino Unido para um breve encontro.
A relação entre Harry e a família real continua delicada. Documentários, entrevistas e sua autobiografia, O que sobra (Cia. das Letras), detalharam críticas à monarquia, incluindo acusações contra Charles, William e a rainha Camilla, abrangendo temas como racismo e agressão. Apesar das tensões, o príncipe já manifestou desejo de reconciliação, ainda que sinais de reciprocidade permaneçam incertos.
Em entrevista à BBC em maio, o príncipe havia expressado preocupação com a saúde do monarca, afirmando que “não sei quanto tempo ainda meu pai tem” e expressando desejo de “reconciliação com minha família”. As declarações não caíram lá muito bem com o palácio, que garante que Charles está melhorando, embora ainda receba tratamento semanalmente.