Depois de meses de bloqueio, o presidente turco, Tayyip Erdogan, afirmou nesta sexta-feira, 17, que a Turquia dará início no Parlamento ao processo para validar a proposta de adesão da Finlândia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a principal aliança militar ocidental.
“Decidimos iniciar o processo de ratificação parlamentar do Protocolo de Adesão da Finlândia à Otan”, disse Erdogan, após receber o presidente finlandês, Sauli Niinisto, em Ancara. “Com a conclusão do processo de ratificação, nossas relações com a Finlândia serão fortalecidas com base na Aliança da Otan”.
O processo de adesão da Finlândia agora será submetido a uma votação legislativa, em 27 de março. Dos 30 membros da Otan, 28 já aprovaram o pedido de adesão feito por Helsinque. Com endosso da Turquia, faltaria apenas a Hungria.
Após a invasão da Rússia à Ucrânia, em fevereiro do ano passado, a Suécia e Finlândia romperam o histórico de não-alinhamento militar ao solicitar uma adesão conjunta à Otan. A Turquia, contudo, travou a aprovação do pedido devido a conflitos com Estocolmo.
O governo sueco recusou o pedido de Ancara para extraditar dezenas de curdos, acusados por Erdogan de serem militantes foragidos após de uma tentativa fracassada de golpe em 2016.
Depois de negociações, Erdogan elogiou os “passos concretos” dados pela Finlândia em relação à segurança da Turquia, mas reforçou a negativa à entrada da Suécia. O principal entrave está ligado à recusa do país em extraditar dezenas de curdos que Ancara afirma serem militantes foragidos após uma tentativa fracassada de golpe em 2016.
Em seguida, depois de diversos protestos onde suecos queimaram o Alcorão, o livro sagrado do Islã, Erdogan voltou com o mesmo discurso e disse que não permitiria a entrada da Suécia, já que o país permitiu que os manifestantes tivessem estas atitudes.
O presidente turco chegou a chamar Ulf Kristersson, primeiro-ministro sueco, de “uma pessoa legal”, porém ainda espera pela extradição de 120 militantes curdos que estão na Suécia.