Deputado de Hong Kong é alvo de atentado a faca
Após ser ferido no peito, Junius Ho ajudou outras três pessoas a imobilizarem o agressor
Alvo das críticas dos manifestantes que pedem eleições democráticas em Hong Kong, o deputado pró-Pequim Junius Ho foi ferido na manhã desta quarta-feira, 6, em um ataque com faca, segundo o jornal independente local South China Morning Post.
Em um comunicado, Ho, que é reconhecido na imprensa internacional como um parlamentar a favor do controle do governo chinês sobre o Executivo e parte do Legislativo de Hong Kong, disse que sua vida não corre perigo e que passará por cirurgia por conta do ferimento ocorrido na parte superior do peito esquerdo.
Apesar do sangramento, o deputado se juntou a outras três pessoas para imobilizar o agressor, que foi preso logo após o ataque.
O atentado foi gravado e o vídeo publicado na internet. As imagens mostram como o agressor se aproxima silenciosamente de Ho, aperta a mão dele e lhe entrega um buquê de flores enquanto diz: “Todos viram seus esforços”. Em seguida, o agressor pede para tirar uma foto com o político e, com a desculpa de pegar o celular da bolsa, retira a faca para feri-lo.
O membro do Conselho Legislativo de Hong Kong — o LegCo, que representa o Poder Legislativo da região administrativa especial da República Popular da China — estava na rua fazendo campanha para as eleições do Conselho Distrital, que serão realizadas no próximo dia 24.
Essa não é a primeira vez que a figura de Ho é atacada. No final de julho, os túmulos de seus pais, na aldeia de Leung Tin, foram depredados.
O Post também publicou fotos de Ho com sua camisa branca ensanguentada, enquanto é atendido pelos médicos no local. As imagens também mostram o político sendo colocado em uma ambulância.
Associação com vandalismo pró-China
Ho foi muito questionado após um grupo de homens armados com bastões e barras de metal atacar manifestantes pró-eleições democráticas na estação de metrô Yuen Long em julho. O atentado deixou pelo menos 45 pessoas feridas.
Como reportado pelo jornal americano The New York Times, a polícia oficial de Hong Kong não tentou conter os agressores, o que aumentou as suspeitas de que a ação esteja associada a visões pró-Pequim.
Alguns dias após o atentado, o deputado foi visto apertando as mãos dos homens responsáveis pelo ataque e agradecendo a eles, embora negasse qualquer conexão com os agressores. O momento foi registrado em um vídeo que viralizou na época.
(Com EFE)