Pelo menos 229 morreram após dois deslizamentos de terra terem soterrado diversas pessoas em Gofa, no sul da Etiópia, informaram as autoridades locais nesta terça-feira, 23. De acordo com o governo etíope, os número de vítimas ainda pode aumentar à medida que a buscas pelos sobreviventes avançam.
“Não sei quando isso vai parar. Ainda estamos recuperando corpos”, disse o chefe da agência nacional de resposta a desastres na Zona de Gofa, Markos Melese, à agência de notícias Reuters. “Ainda estamos escavando”, acrescentou.
Desastre após desastre
O primeiro deslizamento ocorreu no domingo 21, depois de fortes chuvas na região. O segundo ocorreu nesta segunda-feira 22, no momento em que voluntários estavam reunidos para ajudar com as buscas do desastre do dia anterior. Dentre os mortos, cerca de 50 eram crianças e policiais. Em imagens compartilhadas pela administração local, era possível ver pessoas desenterrando corpos com pás e mãos nuas.
“O número de mortos aumentou depois que as pessoas que vieram para o resgate também ficaram presas”, disse o administrador do distrito de Gofa, Misikir Mitiku. “É um incidente muito triste.”
Reação das autoridades
O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, afirmou que está profundamente triste com a perda de vidas devido o desastre natural. Segundo o premiê, as autoridades federais já foram mobilizadas para reduzir o impacto do deslizamento. O presidente da União Africana, Moussa Faki Mahamat, também prestou suas condolências na plataforma X, antigo Twitter.
“Estamos em forte solidariedade com o povo e o governo da Etiópia enquanto os esforços de resgate continuam para encontrar os desaparecidos e ajudar os deslocados”, escreveu Faki Mahamat.
O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adnahom Ghebreyesus, que também é etíope, afirmou que enviou uma equipe para dar apoio às famílias afetadas e contribuir para suprir as necessidades imediatas de saúde.