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Detidos em centro migratório nos EUA, venezuelanos pedem socorro com sinal de SOS

Dezenas de prisioneiros receberam notificações do Serviço de Imigração e Alfândega em que eram acusados de integrar a gangue Tren de Aragua

Por Paula Freitas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 abr 2025, 15h03 - Publicado em 30 abr 2025, 15h03

Venezuelanos presos no centro de detenção de imigrantes Bluebonnet, no Texas, fizeram um sinal de socorro com o corpo, mostraram imagens de drones da agência de notícias Reuters divulgadas nesta segunda-feira, 28.

No pátio da unidade, 31 homens formaram as letras “SOS”. Na semana anterior, dezenas de detidos receberam notificações do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE, em inglês) em que eram acusados de integrar a gangue venezuelana Tren de Aragua e que, por isso, estavam sujeitos à deportação sob uma lei de guerra.

Em 18 de abril, eles foram colocados em um ônibus rumo ao aeroporto regional de Abilene, de acordo com a União Americana pelas Liberdades Civis e familiares. O grupo só não foi deportado por uma ordem da Suprema Corte dos EUA, que impediu que imigrantes fossem retirados do país com base na Lei de Inimigos Estrangeiros de 1798. .

Os familiares acreditam que eles seriam enviados para o Centro de Confinamento do Terrorismo (CECOT), uma prisão de segurança máxima em El Salvador, para onde Kilmar Armando Abrego Garcia, 29 anos, foi deportado por engano junto com ao menos outros 137 venezuelanos. Ele estava no país sob status legal desde 2019.

Nomeada em homenagem à flor símbolo do estado do Texas, Bluebonnet é administrada pela Management and Training Corporation, a partir de um contrato com o Serviço de Imigração e Alfândega.

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A unidade manteve uma média de 846 detentos por dia no ano fiscal de 2025, mostram dados do ICE. A Reuters teve o acesso negado à prisão, mas sobrevoou o centro com um pequeno avião e um drone na semana passada para obter imagens.

Alguns dos detentos estão identificados como “alto risco” por meio de macacões vermelhos.

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Histórias de imigrantes

A agência teve acesso a histórias de dois detentos, identificados como Millan e Escalona. O primeiro foi transferido para Bluebonnet em meados de abril.

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A Reuters não conseguiu encontrar antecedentes criminais de Millan, que trabalhava na construção civil. No entanto, um funcionário do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS) afirmou que ele era um membro “documentado” do Tren de Aragua, sem apresentar provas.

Escalona, por sua vez, foi detido pelo ICE em janeiro de 2025 após ter sido preso pela polícia do Texas por fugir da prisão. Ele chegou a Bluebonnet depois da estadia no centro de detenção de imigrantes na Baía de Guantánamo. Na penitenciária, Escalona disse à Reuters que era policial na Venezuela e que, quando os agentes o detiveram, confiscaram seu celular. Ele suspeita que os policias tenham visto fotos dele fazendo gestos com as mãos que, segundo ele, eram comuns entre venezuelanos.

“Estão fazendo falsas acusações contra mim. Não pertenço a nenhuma gangue”, disse ele, acrescentando: “Temo pela minha vida aqui. Quero ir para a Venezuela.”

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No dormitório, Milan e outros venezuelanos se revezam para dormir para que possam alertar os familiares caso sejam deportados.

Em videochamada, ele também disse à esposa que não recebem muita comida e que tenta dormir mais para não passar tanta fome. A declaração foi repetida por outros parentes de detentos. A acusação foi rejeitada pela Management and Training Corporation.

“Todos os detentos alojados no Bluebonnet recebem refeições com base em um cardápio aprovado por um nutricionista certificado, garantindo que a ingestão calórica diária recomendada seja atendida”, disse um porta-voz à Reuters.

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