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Dias após bombardeios do Irã, Paquistão devolve ataques e eleva tensão

Drones e foguetes foram lançados contra grupos militantes iranianos, matando nove pessoas; antes do Paquistão, Teerã lançou mísseis contra Síria e Iraque

Por Da Redação
Atualizado em 7 Maio 2024, 16h19 - Publicado em 18 jan 2024, 09h07

O Paquistão lançou ataques com drones e foguetes assassinos contra o Irã nesta quinta-feira, 18, dois dias depois que Teerã bombardeou o país, mirando as bases de um grupo sunita – o alvo da investida paquistanesa, por sua vez, eram milícias separatistas balúchis. Segundo a mídia iraniana, uma vila na província de Sistão-Baluchistão, que faz fronteira com o Paquistão, foi a mais afetada pelos ataques: lá morreram pelo menos nove pessoas.

Os vizinhos não são exatamente aliados, mas essas trocas de disparos são as mais extremas nos últimos anos e ocorrem em meio a preocupações crescentes sobre a instabilidade no Oriente Médio desde que a guerra entre Israel e o Hamas eclodiu em 7 de outubro.

O que diz o Paquistão

“Vários terroristas foram mortos durante a operação baseada em inteligência”, declarou o Ministério das Relações Exteriores do Paquistão, descrevendo-a como uma “série de ataques militares de alta precisão e especificamente direcionados contra esconderijos terroristas”.

Segundo o exército paquistanês, os ataques de precisão foram realizados usando drones assassinos, foguetes e armas isoladas, contra bases usadas pela Frente de Libertação Balúchi (BLF) e pelo Exército de Libertação Balúchi.

“O Paquistão respeita plenamente a soberania e integridade territorial da República Islâmica do Irã”, acrescentou o ministério, enfatizando que o único objetivo do ataque era a “segurança e interesse nacional do Paquistão”.

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O que diz o Irã

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Nasser Kanaani, disse que o governo iraniano condena veementemente os ataques, acrescentando que o encarregado de negócios do Paquistão, seu diplomata mais graduado em Teerã, foi convocado para dar uma explicação.

Em Islamabad, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores comunicou que o primeiro-ministro interino do Paquistão, Anwaar-ul-haq Kakar, deixaria o Fórum Econômico Mundial em Davos e voltaria para casa.

Na mesma moeda

Na terça-feira 16, o Irã atingiu alvos dentro do Paquistão que alegou serem bases do grupo Jaish al Adl (JAA), balúchis sunitas que são responsáveis por uma série de ataques contra território iraniano. O governo paquistanês relatou que o ataque atingiu civis e matou duas crianças.

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Islamabad chamou de volta o seu embaixador no Irã na quarta-feira 17, em protesto contra uma “violação flagrante” da sua soberania.

Todo poderoso Irã

Antes dos ataques ao Paquistão, Teerã também fez disparos importantes contra a Síria, para atingir instalações do Estado Islâmico, e no Iraque, onde disse ter atacado um centro de espionagem israelense.

Bagdá convocou de volta seu embaixador em Teerã.

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Balúchis

Os grupos militantes visados nos ataques tanto de Teerã quando de Islamabad operam numa área que inclui a província do Baluchistão, no sudoeste do Paquistão, e a província de Sistão-Baluchistão, no sudeste do Irã. Ambos são instáveis, ricos em minerais e, em grande parte, subdesenvolvidos.

O BLF, que Islamabad tinha como alvo dentro do Irã, trava há tempos uma rebelião armada contra o Estado paquistanês, com objetivos separatistas. Já o Jaish al Adl, alvo de Teerã, também é um grupo étnico militante, mas com tendências islâmicas sunitas – que o governo iraniano, de vertente xiita, vê como uma ameaça. O grupo realiza ataques frequentes contra a Guarda Revolucionária iraniana e tem ligações com o Estado Islâmico.

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