Apoio à libertação da Venezuela é irreversível e incondicional, diz Araújo
Chanceler brasileiro terá encontro oficial com líder da oposição Juan Guaidó nesta quinta; venezuelano também se reunirá com Bolsonaro
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou nesta quinta-feira, 28, que a diplomacia brasileira apoia a libertação da Venezuela de forma “irreversível e incondicional”.
Em uma mensagem publicada no Twitter, o chanceler confirmou que receberá hoje o autoproclamado presidente venezuelano e líder da oposição, Juan Guaidó, que está visitando Brasília.
Guaidó também se reúne com o presidente Jair Bolsonaro, às 14h, no Palácio do Planalto. Após o encontro ele deve participar de uma coletiva de imprensa.
Embora o governo Bolsonaro tenha sido um dos primeiros a reconhecer Guaidó como o líder legítimo da vizinha Venezuela, o autoproclamado presidente interino será recebido sem as honras militares que normalmente são concedidas a dignitários estrangeiros e que recebeu na Colômbia na semana passada.
O gabinete de Guaidó disse que o encontro com Bolsonaro será de caráter privado, mas a reunião do líder da oposição venezuelana com Araújo será oficial.
O chanceler brasileiro liderou a contribuição do Brasil para o plano de ajuda humanitária liderado pelos Estados Unidos que, até agora, ainda não conseguiu levar alimentos e medicamentos à Venezuela.
O país está sofrendo de uma profunda crise econômica marcada pela escassez generalizada de elementos básicos.
Encontro com representantes da UE e Canadá
Nesta quinta, Guaidó já se reuniu com diplomatas dos países da União Europeia (UE), na representação do bloco em Brasília, a Casa da União Europeia. O opositor também participa de almoço na residência de embaixador do Canadá, em Brasília.
Em janeiro, Guaidó invocou a Constituição para assumir a Presidência interinamente, argumentando que a reeleição do presidente Nicolás Maduro em 2018 foi fraudulenta. Desde então, ele foi reconhecido pela maioria das nações ocidentais como o líder legítimo da nação produtora de petróleo.
Após uma visita à Colômbia para o lançamento de um plano liderado pelos Estados Unidos para obter ajuda humanitária na Venezuela, o Brasil é a primeira parada de Guaidó em uma excursão a várias nações para exercer pressão diplomática contra Maduro.
O Brasil está sendo um dos pontos de coleta de ajuda da oposição venezuelana e, junto com os Estados Unidos, financiou as 200 toneladas de alimentos e remédios armazenados em Boa Vista.
A oposição da Venezuela não conseguiu levar essa ajuda para além da fronteira, como planejado no último final de semana, depois que Maduro a fechou. Vinte e cinco venezuelanos que feridos em protestos na fronteira foram tratados em um hospital brasileiro, um dos quais morreu nesta quarta-feira, 27.
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, disse que o governo de Washington ainda está trabalhando em planos para levar a ajuda humanitária à Venezuela.
“Estamos esperançosos de que nas próximas semanas possamos realmente começar a reduzir o problema. É um grande problema”, disse Pompeo a repórteres durante voo do Vietnã às Filipinas.
(Com Reuters)