O diretor de Comunicação da Casa Branca, Bill Shine, renunciou ao cargo nesta sexta-feira, 8, oito meses depois de ser designado para a função pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Shine trabalhará na campanha de Trump para as eleições presidenciais de 2020 como “conselheiro sênior”, segundo a porta-voz do governo americano, Sarah Sanders.
“Servir ao presidente Trump e ao país foi a experiência mais gratificante de toda a minha vida. Estou ansioso para trabalhar na campanha de reeleição e passar mais tempo com a minha família”, disse o agora ex-diretor de Comunicações em nota.
Com o anúncio, Shine se torna o quarto diretor de Comunicação de Trump em dois anos e meio de mandato. Antes dele, passaram pela função Mike Dubke, Hope Hicks e Anthony Scaramucci, que quebrou um recorde e durou apenas dez dias na Casa Branca.
Além deles, Sean Spicer, antecessor de Sarah Sanders, chegou a acumular o cargo de forma interina antes de também deixar o governo.
Antes de fazer parte da equipe da Presidência, Shine havia sido demitido do cargo de copresidente da emissora FoxNews pela má gestão dos escândalos de assédio sexual na empresa. O fundador do canal, Roger Ailes, muito próximo de Trump, também deixou a empresa na época.
A nomeação de Shine reforçou ainda mais os laços do presidente com a emissora, a mais vista por ele. Defensora das pautas do governo e conhecida por ser conservadora, a FoxNews é frequentemente recomendada por Trump no Twitter e em declarações em público.
Nas redes sociais, Trump já deixou claro que ele, como presidente, é quem comanda as comunicações da Casa Branca e, em várias ocasiões, disse ser cético sobre a importância do cargo.
“Bill Shine fez um excelente trabalho para mim e para o governo. Sentiremos falta dele na Casa Branca, mas esperamos trabalhar juntos na campanha presidencial de 2020, na qual estará totalmente envolvido. Agradeço a Bill e a sua maravilhosa família”, disse Trump.
“Muito mal”
Trump afirmou que se sente “muito mal” por Paul Manafort, ex-diretor de sua campanha eleitoral de 2016, condenado a três anos e onze meses de prisão por crimes financeiros na quinta-feira 7. “Eu me sinto muito mal por Paul Manafort”, disse o presidente à imprensa na Casa Branca. “Eu acho que tem sido um momento muito, muito difícil para ele.”
Os promotores do Estado da Virgínia haviam pedido a pena máxima de 25 anos pelos crimes de fraude bancária e tributária do lobista e consultor político de 69 anos. Mas o tribunal decidiu por sentenciá-lo a apenas 47 meses de prisão. Na próxima semana, o ex-colaborador de Trump conhecerá a sentença da Justiça de Washington, onde foi condenado pelos crimes de conspiração e interferência com testemunhas.
Paul Manafort foi demitido da campanha de Trump em agosto de 2016, três meses antes da eleição, por causa da publicidade negativa provocada por seus vínculos com oligarcas russos e ucranianos. Tornou-se, desde o ano passado, um dos mais importantes protagonistas da ascensão de Trump ao poder a cair na malha do procurador especial Robert Mueller, que investiga a interferência da Rússia na eleição de 2016.
(Com EFE)