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Discurso de Trump encoraja protestos contra a quarentena nos EUA

'Estas pessoas amam o nosso país', afirmou o presidente depois de os atos se multiplicarem; republicano trava batalha com governadores democratas

Por Da Redação
20 abr 2020, 09h44
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  • O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, encorajou neste domingo 19 a realização de protestos contra o isolamento social destinado a conter o avanço da Covid-19. “Estas pessoas amam o nosso país”, afirmou depois de um dia em que os atos se multiplicaram por todo o país. “Eles querem voltar ao trabalho”.

    Os Estados Unidos são o país mais atingido pelo coronavírus em todo o mundo, com 759.780 casos de infecção e mais de 40.680 mortes registradas até esta segunda-feira, 20, segundo o monitoramento em tempo real da Universidade Johns Hopkins.

    O presidente está em conflito com governadores democratas que decidiram manter a quarentena em vigor em seus estados, apesar do evidente apoio da Casa Branca à reabertura gradual do país. Na sexta-feira 17, Trump publicou no Twitter uma mensagem pedindo a “libertação” dos estados de Michigan, Minnesota e Virgínia.

    Os tuítes inflamaram ainda mais as manifestações, que já vinham acontecendo ao longo da semana passada. Centenas de pessoas em diferentes cidades dos Estados Unidos saíram às ruas no sábado 18 para protestar.

    O maior ato ocorreu em Lansing, Michigan, onde cerca de 3.000 pessoas se reuniram para mostrar insatisfação com o confinamento ordenado pela governadora democrata Gretchen Whitmer. Em Concord, capital do estado de New Hampshire, cerca de 400 pessoas se reuniram na chuva para pedir que a quarentena não fosse estendida em um estado onde os casos de Covid-19 são relativamente poucos.

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    Uma mobilização semelhante ocorreu diante da sede do governo de Maryland em Annapolis, que envolveu cerca de 200 pessoas. Em Austin, Texas, cerca de 250 pessoas protestaram contra a obrigação de ficar em casa. Com palavras de ordem contra “o colapso econômico” causado pela interrupção de todas as atividades não “essenciais” como resultado das medidas de confinamento.

    Também aconteceram manifestações em Columbus (Ohio), em San Diego (Califórnia), assim como Washington, Indiana, Nevada e Wisconsin. Em alguns dos protestos, manifestantes exibiram cartazes com símbolos neonazistas.

    Na semana passada, Trump havia suavizado seu discurso contra o isolamento ao deixar aos estados a definição sobre o fim da quarentena. Desde sexta, contudo, a Casa Branca voltou a pressionar os governadores das regiões menos afetadas para uma mudança nas diretrizes.

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    Em sua entrevista coletiva diária no sábado, o presidente pareceu justificar as manifestações ao declarar que “alguns governadores foram longe demais” ao impor “restrições irracionais”.

    No domingo, Trump foi questionado se o seu discurso não estava incitando a violência, depois de alguns governadores afirmarem ter recebido ameaças de mortes. O presidente negou e afirmou não apoiar o uso da força e de símbolos neonazistas nos atos.

    No domingo, o vice-presidente Mike Pence também reforçou a objeção da Casa Branca ao isolamento social emalgumas regiões, dizendo que todos os estados têm a capacidade de realizar a quantidade necessária de análise da Covid-19 para permitir uma reabertura preliminar da economia e retomar parcialmente a vida normal do país. “Depois que ativarmos todos os laboratórios que podem executar testes de coronavírus (será) o suficiente para qualquer estado dos Estados Unidos passar para a fase um”, disse Pence à Fox News.

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    O governador da Virgínia, Ralph Northam, disse por sua vez que as alegações do governo sobre o número de testes disponíveis são “apenas uma ilusão”.

    Gretchen Whitmer, a governadora de Michigan, afirmou que os testes diários poderiam ser “dobrados ou até triplicados” se tivessem recebido os suprimentos necessários, como cotonetes e reagentes, solicitados ao governo federal.

    O conflito também tem como pano de fundo as eleições presidenciais de novembro e a tentativa de Trump de minimizar os danos à sua campanha para um segundo mandato.

    (Com AFP)

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