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Ditadura da Nicarágua prende 4 candidatos da oposição em 1 semana

Com as detenções, o caminho está aberto para uma nova reeleição de Daniel Ortega; presidente foi chamado de "ditador" pelos Estados Unidos

Por Da Redação
9 jun 2021, 09h48

O governo autoritário que controla a Nicarágua ordenou a prisão de quatro candidatos da oposição às eleições presidenciais de novembro deste ano em uma semana, abrindo caminho para uma nova reeleição de Daniel Ortega. Somente nesta terça-feira 8 foram realizadas as detenções de dois pré-candidatos: Juan Sebastián Chamorro García e Félix Maradiaga.

Segundo a Polícia Nacional, Chamorro García e Maradiaga foram presos sob a acusação de incitar interferência estrangeira no país. Eles são “investigados pela prática de atos que minam a independência, a soberania e a autodeterminação, incitando a interferência estrangeira nos assuntos internos, apelando à intervenção militar, organizando-se com financiamento de potências estrangeiras para realizar atos de terrorismo e desestabilização”, diz o comunicado sobre a detenção.

Esses crimes estão contemplados na Lei de Defesa dos Direitos dos Povos a Independência, Soberania e Autodeterminação pela Paz, aprovada pela Assembleia Nacional, de maioria sandinista, em dezembro do ano passado.

Chamorro García é sobrinho da ex-presidente Violeta Barrios de Chamorro (1990-1997) e foi detido em casa no sul da capital, Manágua. A residência foi invadida pela polícia, confirmou a equipe de imprensa do político.

O pré-candidato presidencial pela Aliança Cidadãos pela Liberdade tinha sido convocado para ir nesta quarta-feira ao Ministério Público prestar esclarecimentos na condição de representante da Fundação Nicaraguense para o Desenvolvimento Econômico e Social (Funides), um think tank independente que ele dirigiu de 2014 a 2019. Ele foi vice-ministro de Finanças e Crédito Público e secretário de Coordenação e Estratégia do governo de Enrique Bolaños (2002-2007) e também diretor do programa americano Conta Desafio do Milênio na Nicarágua.

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Já Maradiaga, que é acadêmico, foi preso depois de prestar depoimento ao Ministério Público. A campanha do opositor afirmou que o carro onde ele estava foi parado logo após ele deixar o local do interrogatório.

Ele é pré-candidato a presidente pela União Nacional Azul e Branca, grupo formado a partir dos protestos contra o regime que eclodiram em 2018. Pouco antes de ser preso, o opositor tinha dito a jornalistas que as acusações contra ele têm motivações políticas.

Outros candidatos presos

Prima de Juan Sebastián e filha de Violeta Chamorro, Cristiana Chamorro, personalidade da oposição com maior probabilidade de ganhar as eleições presidenciais de novembro próximo, foi a primeira candidata a ser presa nos últimos dias. O segundo foi Arturo Cruz, que foi embaixador nos Estados Unidos do governo de Daniel Ortega entre 2007 e 2009.

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Com estas prisões, o caminho está aberto para uma nova reeleição de Daniel Ortega como presidente. Ele foi chamado de “ditador” nesta terça-feira pelos Estados Unidos.

Ortega, de 75 anos, voltou ao poder em 2007. O líder sandinista está em seu segundo mandato como presidente da Nicarágua, após coordenar uma junta governamental de 1979 a 1985 e presidir o país pela primeira vez de 1985 a 1990.

(Com EFE)

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