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Ditadura de Mianmar deixa 100 mortos em ataque aéreo, diz jornal local

Caso os números sejam confirmados, o ataque passaria a ser um dos mais mortais da guerra civil que assola o país

Por Da Redação
Atualizado em 11 abr 2023, 12h44 - Publicado em 11 abr 2023, 12h22
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  • Jornais locais de Mianmar afirmam que pelo menos 100 pessoas, identificadas como opositoras do regime militar, foram mortas esta terça-feira, 11, em um dos ataques aéreos mais mortíferos da ditadura durante a guerra civil em curso no país. Segundo os veículos, os mortos incluem pelo menos 30 crianças.

    O alvo dos militares era um vilarejo na região noroeste de Sagaing, que se opõe ao governo do país. Os ataques aéreos têm sido cada vez mais usados contra os críticos do regime, desde o golpe de Estado em fevereiro de 2021.

    As comunidades em Sagaing demonstraram mais forte resistência ao regime militar em Mianmar. Moradores formaram milícias e passaram a administrar suas próprias escolas e clínicas de saúde.

    Segundo relatos de testemunhas, um jato militar sobrevoou a região por volta das 7h do horário local e lançou uma bomba no vilarejo. Em seguida, um helicóptero atacou a vila durante 20 minutos, deixando dezenas de mortos e prédios destruídos.

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    O governo paralelo de Sagaing iniciou operações de busca e resgate, mas a população disse que é difícil encontrar sobreviventes, ou corpos, porque a grande maioria foi desmembrada, e ficou espalhada entre escombros incendiados.

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    O vilarejo de Pa Zi Gyi, em Sagaing, estava lotado de pessoas de comunidades próximas participando de uma cerimônia para marcar a abertura de um novo escritório das Forças de Defesa do Povo, milícias voluntárias que lutam contra os militares em várias partes de Mianmar.

    A estimativa é de que milhares de pessoas já tenham morrido na guerra civil, com um adicional de 1,4 milhão de deslocados. De acordo com as Nações Unidos, quase um terço da população do país também precisa de ajuda humanitária.

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    O governo militar tem apostado cada vez mais em suas aeronaves russas e chinesas para bombardear aldeias controladas pela oposição. Ao todo, segundo dados do grupo de monitoramento de conflitos Acled (Armed Conflict Location and Event Data Project), a ditadura de Mianmar conduziu pelo menos 600 ataques aéreos entre fevereiro de 2021 e janeiro de 2023.

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    A preferência por atacar a oposição pelo ar surgiu após tropas terrestres encontrarem dificuldades de locomoção pelas estradas do país. As forças militares são alvo frequente de emboscadas ou artefatos explosivos improvisados, como minas terrestres.

    O chefe do governo militar, general Min Aung Hlaing, disse que o regime lidaria de forma decisiva com o que ele descreveu como “atos de terror” por grupos de resistência armada.

    Ataques aéreos, contudo, podem infligir baixas muito maiores entre a população civil. O exilado Governo de Unidade Nacional, formado após o golpe, diz que esses 155 civis morreram por conta dessa modalidade de repressão entre outubro de 2021 e setembro de 2022.

    Em outubro de 2022, pelo menos 50 pessoas morreram depois que jatos da força aérea lançaram três bombas em um show organizado por um grupo insurgente étnico no estado de Kachin. No mês anterior, um ataque aéreo em uma escola na vila de Let Yet Kone, no centro de Mianmar, matou pelo menos cinco crianças e feriu várias outras.

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