Do exílio, Evo Morales indica ex-ministro da Economia para a Presidência
Durante sua gestão, Luiz Arce adotou política econômica que permitiu crescimento de 4,9% ao ano na Bolívia
O ex-presidente boliviano Evo Morales, refugiado na Argentina, anunciou no domingo 19 seu ex-ministro da Economia Luis Arce como líder da chapa que disputará a Presidência do país em maio. O candidato a vice será o ex-chanceler David Choquehuanca. A dupla leal a Morales concorrerá pelo Movimento ao Socialismo (MAS).
Arce é “uma combinação entre a cidade e o campo para continuar com o processo de mudança”, disse Morales à imprensa, na Argentina. “Nosso movimento camponês não é excludente e não marginaliza”, insistiu.
O ex-presidente afirmou que o ex-ministro “garante” a economia. Sob sua gestão, a Bolívia passou a crescer a um ritmo de 4,9% ao ano, e a pobreza extrema diminuiu de 38,2%, em 2005, para 17,1%, em 2018, segundo cifras oficiais. “A direita tem muito medo do crescimento econômico”, assegurou.
Choquehuanca atuou como chanceler de 2006 a 2017, período em que moveu na Corte Internacional de Justiça de Haia a reivindicação de uma saída terrestre ao Oceano Pacífico. O tribunal decidiu contra os interesses bolivianos em 2018.
Pesquisas anteriores ao anúncio atribuíam ao partido de Morales 20,7% das intenções de voto, acima dos demais. Em segundo lugar aparece o ex-presidente de Carlos Mesa, de centro, com 13,8%.
Morales renunciou à Presidência em novembro de 2019 depois de uma apuração conturbadas das eleições gerais, que apontou a sua vitória. Alegando que sofria um golpe de Estado, Morales se refugiou no México e, depois, na Argentina, logo em seguida da posse do novo presidente do país, o peronista Alberto Fernández. O ex-presidente espera coordenar os esforços para reeleger seu partido “e recuperar a democracia” do seu país.
(Com AFP)